O termo blue chip é originário dos cassinos onde, no pôquer, as fichas azuis (literalmente blue chips em inglês) são as mais valiosas. É internacionalmente[1] empregado nos mercados de ações por analogia, para designar ações de empresas bem estabelecidas, de grande porte, nacional e internacional, com comprovada lucratividade, principalmente a longo prazo, e com poucas obrigações, resultando em situação econômica e financeira positiva tanto em períodos positivos quanto negativos.[2][3]

"Blue chips" são em referência às fichas azuis usadas no pôquer

Normalmente, representam as ações das empresas mais bem cotadas na bolsa de valores. Essas ações são chamadas de "ações de primeira linha",[4] ou seja as ações com mais liquidez de mercado, porque são as mais procuradas, com muitos negócios realizados diariamente. Não há uma lista oficial dessas ações: é um consenso de mercado. A lista de blue chips muda periodicamente, mas há sempre aquelas que, entra ano e sai ano, continuam no topo, tais quais VALE5 (ação da Vale).[carece de fontes?]

O índice mais popular que segue as blue chips dos Estados Unidos é o Dow Jones Industrial Average,[5] uma média ponderada do preço de 30 ações blue-chip que são geralmente líderes em sua indústria. Todas as empresas da Dow Jones Industrial Average são blue-chips, mas a Dow Jones Industrial Average é um índice que não inclui todas as empresas que são blue chips. No entanto, tem sido um indicador amplamente seguido do mercado de ações desde 1º de outubro de 1928.[6]

O oposto de uma blue chip é uma penny stock, uma empresa de baixo valor e alto risco.[7]

Origem

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Como é da natureza, às vezes, do alto risco das ações, o termo "blue chip" deriva do pôquer. Os conjuntos mais simples de fichas de poker incluem fichas brancas, vermelhas e azuis, com a tradição de que as azuis(blue) são as de maior valor. Se uma ficha vale US$ 1, uma vermelha geralmente vale US$ 5 e uma azul US$ 25.

Nos Estados Unidos do século XIX, havia a tradição de usar fichas azuis para valores mais altos que "blue chip" em sentidos substantivos e adjetivos sinalizando fichas de alto valor e propriedades de alto valor datam desde 1873 e 1894, respectivamente.[8] Esta conotação estabelecida foi ampliada pela primeira vez para o sentido de uma ação de blue-chip na década de 1920.[9] De acordo com o folclore da empresa Dow Jones, essa extensão sensorial foi inventada por Oliver Gingold em algum momento na década de 1920, quando Gingold estava perto do ticker de ações da corretora que mais tarde se tornou Merrill Lynch. Percebendo várias negociações em US$ 200 ou US$ 250 por ação ou mais, ele disse para Lucien Hooper de W.E. Hutton & Co. que pretendia retornar ao escritório para "escrever sobre essas ações blue chip". Foi usado desde então, originalmente em referência a ações de alto preço, mais comumente usado hoje para se referir a ações de alta qualidade.[10][11] Na mídia contemporânea, as ações blue chips e suas performances diárias são freqüentemente mencionadas ao lado de outras índices, como o Dow Jones Industrial Average.

Características das blue chips

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Riscos

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Na teoria, empresas blue chips são as mais seguras, mas várias não aumentaram ou tiveram seu valor reduzido durante anos.[28]

Referências

  1. Folsom, W. Davis; Boulware, Rick (14 de maio de 2014). Encyclopedia of American Business (em inglês). [S.l.]: Infobase Publishing. ISBN 9781438109862 
  2. «NYSE Group, Inc». Nyse.com. Consultado em 19 de setembro de 2011 
  3. Blue Chip Definition Investopedia
  4. a b Souza, Almir Ferreira de; Rojo, Claudio Antonio (2010). «ANÁLISE DE INVESTIMENTO POR SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS BASEADA EM VARIÁVEIS CRÍTICAS QUALITATIVAS COMPILADAS COM LÓGICA FUZZY». CAP Accounting and Management. 2011 (4). ISSN 2238-4901 
  5. a b c d e f Apostolou, Barbara; Apostolou, Nicholas G. (31 de outubro de 2003). Keys to Investing in Common Stocks (em inglês). [S.l.]: Barron's Educational Series. ISBN 9780764124471 
  6. «Dow Jones Industrial Average: Stock Index Summary». Bloomberg. 1 de outubro de 1928. Consultado em 19 de setembro de 2011 
  7. a b c d e f g Chan, Allen (6 de setembro de 2013). How to Survive the Incoming Economic Crisis (em inglês). [S.l.]: BookBaby. ISBN 9781483506951 
  8. Merriam-Webster, Merriam-Webster's Unabridged Dictionary, Merriam-Webster. 
  9. Merriam-Webster, Merriam-Webster's Collegiate Dictionary, Merriam-Webster. 
  10. March 12, 2008, Dow Jones internal news item "Ever Wonder How 'Blue-Chip' Stocks Started?"
  11. a b c d e f Herold, Thomas (5 de maio de 2015). Financial Terms Dictionary: Terminology Plain and Simple Explained (em inglês). [S.l.]: Thomas Herold. ISBN 9781501030130 
  12. a b «Estimação do beta de ações através do método dos coeficientes agregados» 
  13. a b «CÁLCULO DO RETORNO ESPERADO DA CARTEIRA DE MERCADO E DO RETORNO DO ATIVO LIVRE DE RISCO PARA O BRASIL» (PDF) 
  14. Souza, Almir Ferreira de; Rojo, Claudio Antonio (2010). «ANÁLISE DE INVESTIMENTO POR SIMULAÇÃO DE CENÁRIOS BASEADA EM VARIÁVEIS CRÍTICAS QUALITATIVAS COMPILADAS COM LÓGICA FUZZY». CAP Accounting and Management. 2011 (4). ISSN 2238-4901 
  15. a b c Vieira de Rezende, Celso; Silva de Almeida, Neirilaine; Lemes, Sirlei (2015). «Impacto das IFRS na assimetria de informação evidenciada no mercado de capitais brasileiro». Revista de Contabilidade e Organizações. 9 (24). ISSN 1982-6486 
  16. Luquet, Mara (2002). Gestores de fortunas: histórias reais de sucesso no mercado financeiro. [S.l.]: Editora Globo. ISBN 9788525035820 
  17. Luquet, Mara; Rocco, Nelson (2007). Guia valor econômico de investimentos em ações. [S.l.]: Globo. ISBN 9788525040848 
  18. a b Hashemian, Robert Vahid (novembro de 2001). Financial Markets for the Rest of Us: An Easy Guide to Money, Bonds, Futures, Stocks, Options, and Mutual Funds (em inglês). [S.l.]: Robert Hashemian. ISBN 9780595202751 
  19. Duarte, Joe (31 de março de 2014). The Everything Investing in Your 20s and 30s Book: Learn How to Manage Your Money and Start Investing for Your Future--Now! (em inglês). [S.l.]: Simon and Schuster. ISBN 9781440580864 
  20. Tanaques da Silva Souza Bandeira, Matheus; Góis, Alan Diógenes; Martins Mendes De Luca, Márcia; Carvalho de Vasconcelos, Alessandra (2015). «Reputação corporativa negativa e o desempenho empresarial». Revista de Contabilidade e Organizações. 9 (24). ISSN 1982-6486 
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  22. a b Rempola, Erwin Bogs (30 de janeiro de 2008). Advanced Moneymaking Techniques: Five Stock Market Methods for Small, Individual Investors (em inglês). [S.l.]: Wheatmark, Inc. ISBN 9781587369063 
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  27. Leeds, Peter (28 de março de 2016). Penny Stocks For Dummies (em inglês). [S.l.]: John Wiley & Sons. ISBN 9781119191810 
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Ligações externas

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