Ponta do Seixas

Ponto extremo leste do Brasil

A ponta do Seixas é o ponto mais oriental do continente americano e consequentemente da parte continental do Brasil.[nota 1] Localiza-se a leste da cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba, a quatorze quilômetros do centro da cidade e a três quilômetros ao sul do bairro de Cabo Branco.

Ponta do Seixas
Ponta do Seixas
Ponta do Seixas, vista da ponta do Cabo Branco.
País  Brasil
Região João Pessoa
 Paraíba
Local Praia do Seixas
Mar(es) Oceano Atlântico
Coordenadas 7° 9' 20" S 34° 47' 35" O
Ponta do Seixas está localizado em: Brasil
Ponta do Seixas
Localização de Ponta do Seixas em Brasil
Farol do Cabo Branco junto à ponta do Seixas.

Ao lado da ponta do Seixas, sobre uma falésia constantemente erodida pelas ondas, assenta-se o farol do Cabo Branco, construído na era militar e cujo formato em pé de sisal (triangular) apresenta 40 metros. Dele se tem a mais bela vista da orla e do oceano Atlântico de toda região.

Etimologia

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A designação da ponta provém de uma tradicional família paraibana («os Seixas») cujo patriarca possuía junto ao local uma propriedade rural.[1] Esse ancestral de origem portuguesa, de sobrenome Rodrigues Seixas, estabeleceu-se na Paraíba ainda no século XVII.[1][2][nota 2]

O sobrenome Seixas é uma variação galego-portuguesa do sobrenome Sachs, que se originou no noroeste da atual Alemanha e que significa "pessoa da Saxônia".

História

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Aferição definitiva do título

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No período colonial, o cabo de Santo Agostinho em Pernambuco era considerado o extremo leste do Brasil e das Américas. Mas, com a evolução da cartografia por meio do uso de novas tecnologias, a ponta do Seixas na Paraíba e a ponta de Pedras em Pernambuco passaram a disputar a categoria de ponto mais oriental do continente americano.[4] A questão só foi resolvida quando uma comissão do Ministério da Marinha julgou oportuno que de uma vez por todas esse diferendo fosse dirimido.[4] Para isso, com permissão do Diretor Geral da Navegação local, foram designados os capitães-tenentes Newton Tornaghi e Rubens Figueiroa para determinar as coordenadas geográficas daqueles pontos extremos, tirando azimutes para todas as pontas circunvizinhas de modo a apurar aquela pequena disputa.[4][nota 3]

Sendo assim, essa questão, que permaneceu esquecida por tanto tempo, foi finalmente esclarecida em 1941 pelos referidos oficiais, que determinaram com precisão as posições geográficas de ambas as pontas e estabeleceram definitivamente Seixas como o ponto mais a leste da costa continental brasileira.[4]

O historiador Horácio de Almeida, em seu livro História da Paraíba, volume 1, narra sobre a oficialização das coordenadas que deram ao acidente geográfico paraibano o título de «ponto extremo oriental do Brasil»:

«(...) No dia 5 de setembro [de 1941] foi observada em ponta de Pedras e no dia 12 no Cabo Branco. A sorte sorriu à Paraíba, pois que a ponta do Seixas, no Cabo Branco, é o ponto mais oriental do território nacional, sendo portanto o mais oriental das duas Américas. Aquela ponta paraibana avança gaihardamente cerca de 1683 metros para leste a mais que a ponta de Pedras.»[nota 4][5]

Construção do farol

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Em 31 de março de 1971, um concurso para escolha de um projeto arquitetônico do farol foi patrocinado pelo Centro de Sinalização Náutica e Reparos Almirante Moraes Rego (CAMR), membro filiado da Associação Internacional de Sinalização Náutica (IALA). O vencedor foi o projeto apresentado pelo engenheiro-arquiteto Pedro Abrahão Dieb, então professor da Universidade Federal da Paraíba.[6][7]

Em 21 de abril de 1972, o farol foi inaugurado com o que havia de mais moderno equipamento técnico existente no Brasil.[6] A inauguração fazia parte das Festividades do Sesquicentenário da Independência do Brasil.[8]

A ponta e o farol

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É comum confundir-se a ponta do Seixas com a falésia do Cabo Branco, que são formações geológicas distintas. A ponta, que é uma estreita faixa de praia de areia branca mais ao sul da barreira, é de fato o local situado mais a leste da América, e não a falésia do Cabo Branco em si, que é o local mais alto da região, sendo portanto, do ponto de vista da navegação marítima, o ideal para um farol.[9]

Influência na cultura

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Em razão da importância geográfica para a Paraíba, está em andamento um projeto de plebiscito para mudança do nome da capital paraibana para Cabo Branco, que é o marco geográfico que identifica o município.[carece de fontes?] Por esse caráter único, serviu de título para a música «ponta do Seixas», gravada em 1980 no LP Estilhaços, da cantora Cátia de França.[10][11]

Próximo ao farol foi projetado por Oscar Niemeyer um prédio de estrutura moderna que foi denominado Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes.[12] O projeto foi inaugurado em 3 de julho de 2008 e seu complexo possui mais de 8 500 m² de área construída no bairro do Cabo Branco.[12] A Estação tem a missão de levar gratuitamente à população cultura, arte, ciência e tecnologia.[12]

Ver também

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Notas

  1. Algumas ilhas brasileiras estão ainda mais a leste, como Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo e Trindade e Martim Vaz, sendo este último arquipélago o ponto mais oriental do território brasileiro. Embora errônea, a grafia «do Seixas» foi muito usada bibliograficamente por desconhecimento da origem do nome.
  2. A palavra seixas é de origem hebraica e significa «pomba», e no brasão de família consta tal ave.[1][3]
  3. A ponta de Jacumã é o segundo ponto mais oriental do país, após Seixas–Cabo Branco.[4]
  4. As coordenadas foram determinadas pelos processos de alturas iguais, empregando-se um astrolábio de crisma tipo S. O. P.

Referências

  1. a b c José Roberto de Alencar Moreira (2000). «História da família Seixas de Alencar» (PDF). Genealogia Pernambucana. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  2. Mª Alice de Seixas Maia Gouveia. Os ancestrais da praia do Seixas. [S.l.]: Autoedição 
  3. Confraria do IHGP (1912). Revista do IHGP, Volumes 3-4. [S.l.]: Imprensa Nacional 
  4. a b c d e Da redação (1949). «Boletim Geográfico – Ponto mais oriental do Brasil» (PDF). IBGE. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  5. Horácio de Almeida (1978). História da Paraíba, volume 1. [S.l.]: Editora Universitária (UFPB) 
  6. a b Adm. da DHN (1976). 1876-1976, centenário de fundação da Diretoria de Hidrografia e Navegação. [S.l.]: A Directoria. 174 páginas 
  7. Flávio T.B. Pereira (2008). «Difusão da arquitetura moderna na cidade de João Pessoa (1956–1974)». Universidade de São Paulo (USP). Consultado em 17 de setembro de 2015. Arquivado do [file:///C:/Users/F%C3%A1bio/Downloads/Mestrado_PEREIRA_FTB_Parte1.pdf original] Verifique valor |URL= (ajuda) (PDF) em 12 de agosto de 2013 
  8. Adm. pública (1974). Mensagens à Assembleia Legislativa, 1973 e 1974. [S.l.]: A União. 236 páginas 
  9. Patrimônio de Todos
  10. Da redação (18 de novembro de 2014). «Agenda de shows: Cátia de França». Globo.com. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  11. Adm. do sítio web (2010). «Rumos música 2007-2009 brasil – programa 11». Instituto Itaú Cultural. Consultado em 17 de setembro de 2015 
  12. a b c Adm. do sítio web (2014). «Estação Ciência: Oscar Niemeyer». Prefeitura de João Pessoa. Consultado em 15 de setembro de 2015 

Ligações externas

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