Avelino de Freitas de Meneses

historiador português

Avelino de Freitas de Meneses (Lajes, 1958) é um historiador e professor catedrático português. Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, atribuída pelo Presidente da República (10 de junho de 2011)[1], e com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, atribuída pela Assembleia Legislativa Regional dos Açores, (13 de junho de 2011).[2]

Avelino de Freitas de Meneses
Avelino de Freitas de Meneses
Nascimento 1958 (66 anos)
Lajes
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação historiador, professor universitário

Biografia

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Licenciou-se em 1981 em História na Universidade dos Açores (UAç), ingressando na carreira docente. Prestou provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica (1985) e de Doutoramento em História Moderna e Contemporânea (1992) na mesma instituição, sendo o primeiro aluno a nela completar integralmente o percurso académico do Ensino Superior.

Exerceu o cargo de diretor do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais (DHFCS) da Universidade dos Açores nos períodos de 1992-1995 e 2000-2001.

Exerceu o cargo de Reitor da Universidade dos Açores de julho de 2003 a julho de 2011, tendo desempenhado, no âmbito do seu percurso académico, outras funções, designadamente as de Presidente do Conselho Científico, Diretor do Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais (DHFCS) e Diretor do Centro de Estudos Gaspar Frutuoso do DHFCS.

Exerceu ainda os cargos de:

  • Diretor da 2.ª Série da Revista Arquipélago/História
  • Diretor da 2.ª Série do Arquivo dos Açores
  • Diretor da História dos Açores

Exerceu as funções de:

É presidente da Comissão Científica do Centro de História d'Aquém e d'Além-Mar (CHAM) das Universidades Nova de Lisboa e dos Açores.

Apesar de ser da direita conservadora e independente, foi Secretário Regional da Educação e Cultura do XI e do XII Governos Regionais dos Açores, de 8 de julho de 2014 a 24 de Outubro de 2020.

Controvérsia

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Durante o seu desempenho do cargo de Secretário Regional, defendeu abertamente a mistificação habitualmente feita pela direita reaccionária em torno da manifestação de 6 de Junho de 1975, realizada pela lavoura micaelense nesta data e ligada a vários actos terroristas, sempre condenada pelo PS e pelos partidos herdeiros da oposição ao fascismo. Apesar de não o demonstrar minimamente, afirmou em 6 de Junho de 2014, que "Esta data ainda não foi devidamente enobrecida, mas vai sê-lo à medida que o tempo for passando e as memórias se forem esvanecendo. Sem o 6 de junho de 1975 não se teria chegado tão longe".[3] Respondendo às críticas feitas pelo antifascista Álvaro de Miranda, filho da historiadora Sacuntala de Miranda, numa entrevista no Açoriano Oriental, reafirmou a sua defesa da mistificação, sustentando falsamente que a criação da Junta Regional dos Açores, em Agosto de 1975, foi um resultado directo desta manifestação, apesar de ter sido condenada pelo MFA e pelo governo de Vasco Gonçalves, quando na verdade fora proposta inicialmente pelo "Grupo dos Onze", em Janeiro de 1975, presidido pelo então Governador Civil, António Borges Coutinho.[4]

É autor de uma centena de livros, capítulos e artigos, dispersos por publicações especializadas, com a temática das histórias de Portugal, das Ilhas e do Atlântico. No âmbito da investigação privilegia o estudo da História dos Açores durante a Idade Moderna, com destaque para a conjuntura da Dinastia Filipina no arquipélago e a conjuntura insular do século XVIII. No primeiro campo, define nomeadamente a resistência da ilha Terceira, assim como as consequências da sua conquista em 1583, enquadrando a história insular na estrutura das disputas europeias pela partilha do Ultramar; no segundo, individualiza a ação do marquês de Pombal.

  • 1987 - Os Açores e o Domínio Filipino (2 vol.)
  • 1988 - O Município da Madalena (Pico): 1740-1764. Subsídios para o seu estudo
  • 1993-1995 - Os Açores nas encruzilhadas de Setecentos (1740-1770) (3 vol.)
  • 1994-1995 - Estudos de História dos Açores (2 vol.)
  • 1995 – Contestação popular e impiedade régia: o motim de Angra em 1757
  • 1997 – Os Açores na História do Atlântico: sustentáculo da aproximação dos mundos e acervo de património cultural submarino
  • 1999 – Os ilhéus na colonização do Brasil: o caso das gentes do Pico na década de 1720
  • 2000 – Madalena (Pico), 8 de Março de 1723: as condições da criação de um município
  • 2001 – As histórias nacional, regional e local nos programas e manuais escolares dos ensinos básico e secundário
  • 2001 – As ilhas, os arquivos e a história: o caso dos Açores
  • 2001 - As Lajes da Ilha Terceira: aspectos da sua história
  • 2002 – Uma memória de Portugal
  • 2003 – Sobre história da solidariedade
  • 2005 – Agualva e Vila Nova: uma raiz comum
  • 2005 – O Significado de uma Expedição
  • 2005 (29 abr) – A administração municipal de Ponta Delgada nos primórdios da autonomia (1896–1910)
  • 2006 – Prefácio do Catálogo das Publicações do Departamento de Biologia 1976–2006
  • 2007 – Portugal é o mar
  • 2009 – Os Açores e os impérios: séculos XV a XX
  • 2010 – O vinho na História dos Açores: a introdução, a cultura e a exportação

Referências

  1. «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Avelino de Freitas de Meneses". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de abril de 2021 
  2. «"Avelino de Freitas de Meneses recebe elevadas distinções Nacional e Regional"». www.horta.uac.pt  in intraDOP/UAC, 10 jun 2011. Consultado em 25 maio 2012.
  3. Entrevista de Avelino de Freitas de Meneses à RTP/Açores, 6 de Junho de 2014
  4. Carta de resposta a Álvaro de Miranda, Açoriano Oriental, 1 de Maio de 2024