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Sexto Empírico

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(Redirecionado de Sextus Empiricus)
Sexto Empírico
Sexto Empírico
Nome completo Sextus Empiricus
Nascimento c. 160 d.C.
Morte c. 210 d.C.
Alexandria ou Roma
Ocupação Médico, Filósofo
Magnum opus Hipotiposes Pirronianas
Escola/tradição Ceticismo, Empirismo
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Sexto Empírico (em grego antigo: Σέξτος, Εμπειρικός, transl. Séxtos Empeirikós; em latim: Sextus Empiricus) (c. 160 d.C. – c. 210 d.C.) foi um médico e filósofo grego que viveu entre os séculos II e III d.C.

Os seus trabalhos filosóficos são um dos melhores exemplos do ceticismo pirrônico e fonte da maioria dos dados referentes a essa corrente filosófica, opondo-se à astrologia e outras magias. Seus escritos foram publicados em latim pela primeira vez em 1562, por Henricus Stephanus. Seus conceitos influenciaram Montaigne e Hume.

Não se sabe de onde era originário, embora tenha vivido em Atenas, Alexandria e Roma. Recebeu o apelido de Empírico por suas concepções filosóficas porém, especialmente, por sua prática médica. Seus escritos, muito influenciados pelos de Pirro de Élis e Enesidemo, estão dirigidos contra a defesa dogmática da pretensão de conhecer a verdade absoluta, tanto na moral como nas ciências.

As obras conhecidas de Sexto Empírico são:[1]

  • Hipotiposes Pirronianas ou Esboços Pirronianos (em três livros);[2][3]
  • Contra os Matemáticos (Adversus Mathematicos), geralmente conhecido como Contra os Professores, em seis livros: Contra os Gramáticos (Livro I), Contra os Retóricos (Livro II), Contra os Geômetras (Livro III), Contra os Aritméticos (Livro IV), Contra os Astrólogos (Livro V) e Contra os Músicos (Livro VI). É geralmente acreditado, com exceções de alguns estudiosos da obra de Sexto Empírico, como Richard Bett, que esses livros compõem a obra madura e tardia do filósofo;
  • Contra os Dogmáticos (Adversus Dogmaticos), a saber: Contra os Lógicos (Livros VII-VIII), Contra os Físicos (Livros IX-X) e Contra os Éticos (Livro XI). Esses livros VII-XI formam um todo incompleto. Acadêmicos acreditam que pelo menos um, mas possivelmente todos os cinco, não compunham a obra inicial que foi intitulada Tratados Céticos (Skeptika Hupomnēmata).

Em suas Hipotiposes Pirronianas (em grego: Πυῤῥώνειοι ὑποτύπωσεις), Sexto Empírico define o ceticismo como "a faculdade de opor de todas as maneiras possíveis os fenômenos e os noúmenos; e daí chegarmos, pelo equilíbrio das coisas e das razões opostas (isostenia), primeiro à suspensão do julgamento (epokhé) e, depois, à tranquilidade (ataraxia)».

Sexto Empírico defende uma posição relativista e fenomenalista a partir de uma posição cética antimetafísica e empirista. Segundo ele, as coisas existem, porém só o que podemos saber e dizer delas é de que maneira nos afetam - não o que são em si mesmas. Não obstante, sua epokhé não é tão radical como a de Pirro. Defende também uma ética do sentido comum e, ainda como pirrônico, aceita a indiferença (adiaphora) com respeito a todas as soluções morais; reivindica também a importância do empírico, razão pela qual defende que a vida prática deve reger-se por quatro guias:

  • a experiência da vida;
  • as indicações que a natureza nos dá através dos sentidos;
  • as necessidades do corpo;
  • as regras das artes.

Faz uma crítica do silogismo, que considera um círculo vicioso, e coloca sob suspeita a noção de signo, especialmente tal como o entendiam os estoicos. Critica a teologia estoica, assinalando as contradições da noção estoica de divindade. Para os estoicos tudo quanto existe é corpóreo; portanto, assinala Sexto, também o há de ser a divindade. Porém um corpo pode ser simples ou composto. Se é composto, pode decompor-se e, portanto, é mortal; se for simples, é um dos elementos: terra, ar, água ou fogo - e, então, é inerte e inanimado. Daí se segue que a divindade, ou bem é mortal, ou bem é inanimada, o que é, em ambos casos, absurdo. Além deste argumento, Sexto Empírico atacava a noção de divindade apelando a outros raciocínios. Em todos eles, reforçava a ideia cética da necessidade da epokhé ou da suspensão do julgamento. Ademais, destacou, também, a noção de causa.

Em geral, sua obra é importante porquanto é uma das fontes do conhecimento do pensamento antigo. Concretamente, sua Adversus mathematicus aporta dados importantes para o conhecimento da história da astronomia, da gramática e da ciência antiga, assim como da teologia estoica.

Obras sobre Sexto Empírico

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Referências

  1. Sexto Empírico e os Quatro Pilares da Vida Cética, por Rodrigo Pinto de Brito. Revista Estudos Hum(e)anos, n° 4, outubro de 2012.
  2. Uma História da Dúvida: uma resenha de A História do Ceticismo, de Richard Popkin. Por Renato Lessa. Rio de Janeiro: Edição Laboratório de Estudos Hum(e)anos, setembro de 2008.
  3. Empirico, Sexto (1 de junho de 1997). «Hipotiposes Pirrônicas Livro I (tradução de Danilo Marcondes)». O que nos faz pensar (12): 115–122. ISSN 0104-6675. Consultado em 12 de dezembro de 2021 

Ligações externas

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