A breve passagem de Bruno Lage pelo Botafogo, no ano passado, deixou mais arrependimentos do que saudades. O técnico, de 48 anos, falou sobre a experiência no futebol brasileiro, em entrevista ao jornal "Record", de Portugal. Ele negou qualquer tipo de desentendimento com o atacante Tiquinho Soares, que chegou a ficar no banco após voltar de lesão por decisão do próprio português.
Depois desse acontecimento, a relação entre atleta e treinador ganhou bastante repercussão nos bastidores do clube. Questionado se havia realmente conflitos no dia a dia, Bruno Lage o elogiou como profissional e tratou a situação com normalidade.
— Só tive problema com o Tiquinho quando ele marcou contra o Benfica que treinei. É um excelente profissional e tivemos o azar de perder ele por lesão no nosso terceiro jogo no Brasileirão. Para o jogo contra o Goiás, em virtude de sentir que o Tiquinho ainda buscava o ritmo que tinha perdido, o Diego Costa me pareceu a melhor opção — lembra o ex-técnico do Botafogo.
Com a saída de Luís Castro, Bruno Lage foi o escolhido por John Textor, dono da SAF do Botafogo, para continuar a caminhada rumo ao título do Campeonato Brasileiro de 2023. Inclusive, o americano lamentou recentemente a demissão precoce do treinador, que considera ter faltado mais firmeza nos momentos de diálogo.
— Gostei de o conhecer e faço "mea culpa", pois poderia ter compartilhado de forma mais veemente aquilo que ia analisando diariamente. Não quis saltar hierarquia e percebi que naquela altura o foco estava nas outras equipes da empresa, que atravessavam momentos difíceis. Ele foi corajoso recentemente ao lamenta a minha saída em público. Uma relação mais próxima teria dado mais frutos — afirmou Bruno Lage.
Além disso, o português ressaltou os pedidos que não foram atendidos quando chegou ao alvinegro. Um deles foi a contratação de um lateral-direito, já que havia observado uma carência no setor assim que fez uma análise mais completa do elenco. Outra demanda em vão foi a reposição imediata em meio à lesão de Tiquinho. Até a chegada de Diego Costa, ele tinha à disposição os jovens Janderson e Matheus Nascimento.
Ao todo, Bruno Lage teve 15 jogos e apenas quatro vitórias como técnico do Botafogo. Após sua saída, o ex-jogador Lúcio Flávio viria a assumir o comando alvinegro na perda do título brasileiro no ano passado.