Zygophyllaceae

Família de plantas com flor da ordem Zygophyllales.

Zygophyllaceae é uma família de plantas com flor dicotiledóneas pertencente à ordem Zygophyllales (do clado eurosídeas I) que agrupa cerca de 285 espécies repartidas por 22 géneros.[2] Entre as espécies incluídas nesta famílias contam-se Zygophyllum fabago (fabagela) e Tribulus terrestris (os abrolhos), ambas infestantes de terrenos agrícolas.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaZygophyllaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Clado: rosídeas
Clado: eurosídeas I
Ordem: Zygophyllales
Família: Zygophyllaceae
R.Br.
Subfamílias
Sinónimos

Descrição

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As espécies da família Zygophyllaceae podem ser árvores, arbustos ou herbáceas. As espécies que integram o grupo são frequentemente encontrados em habitats secos (xéricos). As folhas são geralmente opostas, muitas vezes com estípulas e espinhos. Ocorrem em regiões temperadas a tropicais, mas mais largamente repartidas nas regiões tropicais, muitas vezes ocorrendo em regiões semi-áridas.

Algumas espécies são cultivadas como plantas ornamentais, especialmente membros dos géneros Guaiacum, Zygophyllum, Tribulus e Larrea.[3] Um espécime da espécie Larrea tridentata, da Califórnia, é um dos organismos vivos mais velhos que se conhece.

Diversidade taxonômica[4]

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Essa família é amplamente distribuída em regiões tropicais e subtropicais, especialmente em habitats áridos.

Possui 26 gêneros (com 200 espécies), sendo os principais; Zygophyllum (80 spp.), Fagonia (40 spp.), Balanites (20 spp.) e Tribulus (20 spp.).

Morfologia[5][6]

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Na família Zygophyllaceae, são encontradas espécies arbustivas, árvores ou herbáceas (podendo ser perenes ou anuais, dependendo da região em que se localiza). Além disso, é uma família que possui pouca diversidade morfológica.

Suas folhas são do tipo opostas ou alternas, porém, compostas. Também encontram-se exemplares com folhas pecioladas até subsésseis com folíolos inteiros.

Suas estípulas podem ser decorrentes de três formas: livres, persistentes ou caducas e a presença de inflorescências axial ou terminal. Em algumas espécies é ocorrente uma única flor.

Ainda sobre as flores, estas possuem sépalas livres e às vezes conectadas na base. Já suas pétalas, também podem ser livres, mas casualmente são encontradas 3 unidas e apenas 2 livres.

Óvulos de um a muitos por lóculo, anátropos a ortótropos. Disco nectarífero presente na base do ovário. Na semente, encontramos endosperma rígido, oleoso ou ausente e o embrião com cotilédones lineares.

Sistemática e filogenia

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Nos sistemas de base morfológica, como o sistema de Cronquist, a família Zygophyllaceae era integrada na ordem Sapindales. Contudo, a partir do sistema APG II, esta família passou a ser colocada como grupo basal do clado das eurosídeas I, sendo-lhe agregado o género Balanites, que nas classificações integrava a família Balanitaceae. O género Krameria podia ser incluído nesta família ou, opcionalmente, ser elevado ao nível taxonómico de família sob o nome de Krameriaceae.

A partir do sistema APG III, as famílias Zygophyllaceae e Krameriaceae passaram a constituir a ordem Zygophyllales, uma evolução a partir da versão anterior do sistema na qual o Angiosperm Phylogeny Group tinha apenas incluído a opção de integrar o géneros Krameria em Zygophyllaceae. O enquadramento da família Zygophyllaceae no clado das eurosídeas (ou fabids) é o que consta do seguinte cladograma:[7]

fabids
 Zygophyllales 

Zygophyllaceae

Krameriaceae

Fabales

Rosales

Fagales

Cucurbitales

Celastrales

Malpighiales

Oxalidales


A família Zygophyllaceae, na sua presente circunscrição taxonómica, foi confirmada como monofilética por estudos da filogenia molecular publicados em 2000[8] e 2018,[9] os quais levaram à divisão da família em 5 subfamílias. As filogenias de agrupamentos taxonómicos incluídos na família, particularmente das espécies predominantemente sul-africanas da subfamíla Zygophylloideae, também foram publicados.[10][11][12]

Sistemática

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Os géneros que integram a família Zygophyllaceae repartem-se pelas seguintes subfamílias:

O género Peganum que durante algum tempo esteve integrado em Zygophyllaceae foi movido para a família Nitrariaceae entretanto criada.

Filogenia

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Os resultados obtidos com recurso às técnicas da filogenia molecular sugerem as seguintes relações:[8][18]

Zygophyllales

Krameriaceae (grupo externo)

Zygophyllaceae
Morkillioideae

Sericodes

Viscainoa

Morkillia

Tribuloideae

Sisyndite

Neoluederitzia

Balanites

Kallstroemia

Tribulopis

Kelleronia

Tribulus

Seetzenioideae

Seetzenia

Larreoideae

Guaiacum

Porlieria

Bulnesia

Pintoa

Larrea

Zygophylloideae

Tetraena

Zygophyllum sensu stricto

Roepera

Augea

Melocarpum

Fagonia


Lista de espécies brasileiras[20]

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No Brasil, temos a ocorrência de alguns gêneros de Zygophyllaceae, como por exemplo:  Kallstroemia Scop. presente na região Nordeste do país, nos estados de Alagoas; Bahia; Ceará; Paraíba; Pernambuco; Piauí; Rio Grande do Norte e Sergipe, porém não nativa brasileira. Também encontramos Bulnesia sarmientoi Lorentz ex Griseb, presente na região Centro-Oeste (principalmente Mato Grosso do Sul). A única representante nativa do Brasil é  Triculus L.; são ervas anuais ou perenes, com caule herbáceo e distribuição pela Caatinga.

Domínios / Estados de ocorrência no Brasil[20]

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Esta família possui representantes, no território brasileiro, nas regiões Nordeste e Centro- Oeste, nos estados de Alagoas; Bahia; Ceará; Paraíba; Pernambuco; Piauí; Rio Grande do Norte; Sergipe e Mato Grosso do Sul; onde são predominantes os biomas Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal.


Referências

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  1. «Zygophyllaceae R. Br., nom. cons.». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. 17 de janeiro de 2003. Consultado em 25 de setembro de 2009. Arquivado do original em 6 de maio de 2009 
  2. Christenhusz, M. J. M. & Byng, J. W. (2016). «The number of known plants species in the world and its annual increase». Magnolia Press. Phytotaxa. 261 (3): 201–217. doi:10.11646/phytotaxa.261.3.1 
  3. Zygophyllaceae in L. Watson and M.J. Dallwitz (1992 onwards). The families of flowering plants: descriptions, illustrations, identification, information retrieval.
  4. Zappi, Daniela C.; Filardi, Fabiana L. Ranzato; Leitman, Paula; Souza, Vinícius C.; Walter, Bruno M.T.; Pirani, José R.; Morim, Marli P.; Queiroz, Luciano P.; Cavalcanti, Taciana B. (2015). «Growing knowledge: an overview of Seed Plant diversity in Brazil». Rodriguésia. 66 (4): 1085–1113. ISSN 2175-7860. doi:10.1590/2175-7860201566411 
  5. Aymard, C.G. Flora of the Venezuelan Guayana (Rutaceae–Zygophyllaceae). 9. Saint Louis: Missouri Botanical Garden Press. pp. 580–584. 
  6. Judd, Walter S; Campbell, Christopher S; Kellogg, Elizabeth A.; Stevens, Peter F.; Donoghue, Michael J. Sistemática Vegetal - Um Enfoque Filogenético. [S.l.: s.n.] 350 páginas 
  7. (em inglês) Angiosperm Phylogeny Group (2003). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 141: 399-436. (Disponível online: Texto completo (HTML) Arquivado em 22 de dezembro de 2007, no Wayback Machine. | Texto completo (PDF) Arquivado em 12 de setembro de 2019, no Wayback Machine.).
  8. a b Sheahan MC, Chase MW. (2000). «Phylogenetic Relationships within Zygophyllaceae Based on DNA Sequences of Three Plastid Regions, with Special Emphasis on Zygophylloideae». Syst Bot. 25 (2): 371–384. JSTOR 2666648. doi:10.2307/2666648 
  9. Wu, Sheng-Dan; Zhang, Lin-Jing; Lin, Li; Yu, Sheng-Xiang; Chen, Zhi-Duan; Wang, Wei (2018). «Insights into the historical assembly of global dryland floras: the diversification of Zygophyllaceae». BMC Evolutionary Biology. 18 (1). ISSN 1471-2148. PMC 6234786 . doi:10.1186/s12862-018-1277-z 
  10. Bellstedt, D.U.; van Zyl, L.; Marais, E.M.; Bytebier, B.; de Villiers, C.A.; Makwarela, A.M.; Dreyer, L.L. (2008). «Phylogenetic relationships, character evolution and biogeography of southern African members of Zygophyllum (Zygophyllaceae) based on three plastid regions». Molecular Phylogenetics and Evolution. 47 (3): 932–949. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2008.02.019 
  11. Bellstedt, Dirk U.; Galley, Chloé; Pirie, Michael D.; Linder, H. Peter (2012). «The Migration of the Palaeotropical Arid Flora: Zygophylloideae as an Example». Systematic Botany. 37 (4): 951–959. ISSN 0363-6445. doi:10.1600/036364412X656608 
  12. Lauterbach, Maximilian; van der Merwe, Pieter de Wet; Keßler, Lisa; Pirie, Michael D.; Bellstedt, Dirk U.; Kadereit, Gudrun (2016). «Evolution of leaf anatomy in arid environments – A case study in southern African Tetraena and Roepera (Zygophyllaceae)». Molecular Phylogenetics and Evolution. 97: 129–144. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2016.01.002 
  13. Navarro G. (1997). «Izozogia nellii (Zygophyllaceae), nuevo género y especie del Gran Chaco de Santa Cruz (Bolivia)» [Izozogia nellii (Zygophyllaceae), a new genus and species from the Gran Chaco de Santa Cruz (Bolivia)]. Novon. 7 (1): 1–5. JSTOR 3392062. doi:10.2307/3392062 
  14. «Genera of Zygophyllaceae subfam. Larreoideae». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 15 de agosto de 2010. Arquivado do original em 12 de dezembro de 2012 
  15. «Genera of Zygophyllaceae subfam. Morkillioideae». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 15 de agosto de 2010 [ligação inativa] 
  16. «Genera of Zygophyllaceae subfam. Seetzenioideae». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 15 de agosto de 2010 [ligação inativa] 
  17. «Genera of Zygophyllaceae subfam. Tribuloideae». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 15 de agosto de 2010. Arquivado do original em 11 de dezembro de 2012 
  18. a b Beier, B.-A.; Chase, M. W. & Thulin, M. (2003), «Phylogenetic relationships and taxonomy of subfamily Zygophylloideae (Zygophyllaceae) based on molecular and morphological data», Plant Systematics and Evolution, 240 (1–4): 11–39, doi:10.1007/s00606-003-0007-0 
  19. «Genera of Zygophyllaceae». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. Consultado em 15 de agosto de 2010. Arquivado do original em 18 de novembro de 2004 
  20. a b «Zygophyllaceae in Flora do Brasil». Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Consultado em 24 de Setembro de 2019 

Ligações externas

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