Academia Fluminense de Letras
Ex-líbris da AFL Biblioteca Estadual de Niterói, sede da Academia Fluminense de Letras | |
Lema | "Per Astra (Através das Estrelas)" |
Tipo | Associação literária |
Fundação | 22 de junho de 1917 (107 anos) |
Sede | Niterói Rio de Janeiro Brasil - Praça da República, 7, Centro, Niterói - RJ, CEP 24020-099[1] |
Membros | 50 acadêmicos |
Línguas oficiais | Português |
Presidente | Márcia Maria de Jesus Pessanha[1] |
Vice-Presidente | Eduardo Antônio Klausner[1] |
Sítio oficial | Site oficial da Academia Fluminense de Letras |
A Academia Fluminense de Letras é uma instituição literária, fundada em 22 de julho de 1917, em Niterói, cidade que era a então a capital estadual do Rio de Janeiro. A associação permanece com sua sede em território niteroiense até os dias atuais.
História
[editar | editar código-fonte]A Academia Fluminense de Letras, surgiu pela vontade de intelectuais idealistas que desejavam fazer a Renascença Fluminense, tendo entre seus objetivos: estimular e promover a cultura, as ciências sociais e as artes, a valorização do Idioma e das Letras Nacionais; contribuir para a preservação da memória dos vultos que se distinguiram na história literária, especialmente a do Estado do Rio de Janeiro; apoiar iniciativas e eventos literários, socioculturais e entidades voltadas para o desenvolvimento das publicações literárias e artísticas, a memória e a história do Estado do Rio de Janeiro; fomentar a cooperação e o intercâmbio entre academias e entidades congêneres. Venceram obstáculos e a obra se consolidou como nau capitânia da cultura fluminense, graças à perseverança dos que acreditaram no que faziam para a existência de uma Academia de Letras, nos moldes da Academia Francesa. Agigantou-se para ser a Casa de Amor à Cultura e Templo da Palavra. Em sua trajetória pioneira, admitiu, por méritos, na Classe de Letras, a 1ª mulher Acadêmica – Albertina Fortuna Barros, eleita e depois se tornando a 1ª mulher Presidente de Academia no Brasil. Era composta de 48 cadeiras até 2015 quando, em Assembleia Geral Extraordinária, foram acrescentadas duas cadeiras, chegando-se ao total de 50, homenageando como Patronos Feliciano Sodré e o Almirante Ary Parreiras, governantes que consolidaram a sede própria no prédio em comum construído para receber a Academia, a Biblioteca Universitária e o Arquivo Público – Feliciano Sodré, ao promulgar a Lei nº 2.612/1927, dando a sede, e Ary Parreiras, dando continuidade à construção e a inaugurando em março de 1934. A Biblioteca, atualmente chamada Biblioteca Parque de Niterói, é localizada na Praça da República, s/ número, no Centro de Niterói.
Patronos
[editar | editar código-fonte]As 50 cadeiras, compostas de Patronos importantes vultos nascidos na terra fluminense.[2][3]
Lista de Presidentes
[editar | editar código-fonte]Nome | Ano | |
---|---|---|
1 | Epaminôndas de Carvalho | (1917-1918) |
2 | Honero Pinho | (1918-1919) |
3 | Belisário de Sousa | |
4 | Joaquim Peixoto | (1919-1920) |
5 | Cônego de Olímpio de Castro | (1920-1922) |
6 | Epaminôndas de Carvalho | (1922-1923) |
7 | Quaresma Júnior | (1923-1926) |
8 | Cônego de Olímpio de Castro | (1926-1928) |
9 | Carlos Maul | (1928-1930) |
10 | Tomé Guimarães | (1930-1932) |
11 | Figueira de Almeida | (1932-1934) |
12 | Horácio Campos | (1932-1936) |
13 | Júlio Eduardo da Silva Araujo | (1936-1938) |
14 | Alberto Fortes | (1938-1940) |
15 | Júlio Eduardo da Silva Araujo | (1940-1944) |
16 | Alberto Fortes | (1948-1952) |
17 | Carlos Maul | (1952-1954) |
18 | Alberto Fortes | (1954-1962) |
19 | Alberto Francisco | (1962-1970) |
20 | Geraldo M. Bezerra de Menezes | (1970-1974) |
21 | Albertina Fortuna Barros | (1974-1978) |
22 | Lya de Almeida | (1978-1979) |
23 | Edmo Rodrigues Lutterbach | (1979-2011) |
24 | Waldenir de Bragança | (2012-2022) |
25 | Márcia Maria de Jesus Pessanha | (2022-2024) |
Lei nº 2.612/1927: Sede da AFL
[editar | editar código-fonte]Lei nº 2.162 de 07 de novembro de 1927
"O povo do Estado do Rio de Janeiro, por seus representantes, decretou e eu promulgo a seguinte lei:
Art. 1º - O Governo instalará a Academia Fluminense de Letras no corpo central do pavimento superior do edifício da Biblioteca Pública do Estado, que será para esse efeito convenientemente adaptada.
Art. 2º - A administração da sede, que será privada da Instituição, competirá à sua diretoria, cabendo a sua conservação à Biblioteca.
Art. 3º - Para o custeio do expediente e auxílio à publicação da sua revista, o Governo subvencionará a Academia com a importância de Cr 7.200$000 anuais em quotas de 600$000.
Art. 4º - O Governo poderá solicitar da Academia, em assuntos que se relacionem, pareceres que se tornarem necessários.
Art. 5º - A Academia Fluminense de Letras apresentará anualmente à Secretaria do Interior e Justiça, relatório sintético do movimento literário estadual, bem assim, a da sua atividade social.
Art. 6º - Ficam abertos os necessários créditos, revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução desta lei competirem, que a executem, e façam executar e observar fiel e inteiramente como nela se contém.
Publique-se e cumpra-se em todo o território do Estado.
Palácio do Governo, em Nictheroy, 7 de novembro de 1927
Feliciano Pires de Abreu Sodré - Arnaldo Tavares"
Projetos
[editar | editar código-fonte]Na ONU
[editar | editar código-fonte]A Academia Fluminense de Letras vem desenvolvendo ações conjugadas para tornar o Idioma Português o 7º idioma oficial da Organização das Nações Unidas, ao lado do Árabe, do Chinês, do Espanhol, do Francês, do Inglês e do Russo. Neste sentido, encaminhou Memorial ao Secretário-Geral da instituição, com o apoio do Rotary Internacional e do Elos Clube da Comunidade Lusíada, entre outras entidades culturais, fundamentando a proposta e ressaltando que a Língua Portuguesa é hoje a 5ª mais falada no mundo (em números absolutos), a 3ª entre as consideradas línguas universais de cultura, a 5ª mais usada na internet e uma das 4 faladas nos seis continentes, com mais de 290 milhões de lusófonos distribuídos ao redor do mundo.
Reforma
[editar | editar código-fonte]Em 2011, a Biblioteca Pública de Niterói é reinaugurada após restauração e modernização.
Lei nº 7588/17: Reconhecimento como Academia de Letras oficial do Estado do Rio
[editar | editar código-fonte]A lei nº 7588/17, de 17 de maio de 2017, reconhece a Academia Fluminense de Letras a Academia de Letras oficial do Estado do Rio de Janeiro.[4]
Diz a Lei 7588/17:
RECONHECE A ACADEMIA FLUMINENSE DE LETRAS COMO A ACADEMIA DE LETRAS OFICIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - A Academia Fluminense de Letras, fundada em 1917 e formalmente instituída pela Lei Estadual nº 2.162/27, de 07 de novembro de 1927, fica reconhecida como a academia de letras oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Rio de Janeiro, em 17 de maio 2017.
Luiz Fernando Pezão
I Congresso Brasileiro de Academias de Letras
[editar | editar código-fonte]Nos dias 20, 21 e 22 de julho de 2017, a Academia Fluminense de Letras promoveu, em parceria com a Secretaria de Cultura de Niterói e a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal Fluminense, o I Congresso Brasileiro de Academias de Letras, marcando o Centenário da AFL, que abordou os temas "Educação, Cultura e Ética – Instrumentos Básicos para Fortalecer o Sentimento Nacional”.
O evento buscou congregar as Academias de Letras das cidades brasileiras para estimular e desenvolver ações socioculturais e educacionais vinculadas à ética, estimular a produção de livros e a difusão da leitura, valorizar o idioma nacional e intensificar a campanha para a sua oficialização na Organização das Nações Unidas. Ao final das exposições e debates, foram colhidas sugestões, propostas e recomendações para a elaboração de documento intitulado “Carta de Educação, Cultura e Ética de Niterói”, a ser amplamente divulgado. A missão da Academia tem sido, sobretudo, o reconhecimento de que o patrimônio cultural é de fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade, riquezas naturais de nosso povo. Luta para preservar o patrimônio imaterial ou intangível – como expressão de vida e tradições que a comunidade, grupos e indivíduos no Estado recebem de seus ancestrais e passam para seus descendentes. Neste sentido, reúne representantes de congêneres das cidades fluminenses, propondo a criação de entidade congregadora para apoiar, incentivar e promover o intercâmbio e a mútua colaboração.
A adesão dos presentes resultou na fundação da Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro - FALERJ, visando fortalecer o movimento cultural no Estado do Rio de Janeiro.
FALERJ
[editar | editar código-fonte]A Federação das Academias de Letras do Estado do Rio de Janeiro foi fundada no dia 22 de julho de 2017, em Niterói, durante os trabalhos do I Congresso Brasileiro de Academias de Letras. Sua diretoria foi eleita em 5 de novembro de 2017, em Teresópolis, durante Jornada Comemorativa ao Dia Nacional da Cultura e da Língua Portuguesa no Brasil. Buscará apoiar o movimento cultural fluminense, promovendo um esforço conjunto para aprofundar nossas raízes culturais. Entre seus objetivos: congregar, estimular e apoiar as Academias de Letras e Artes sediadas no Estado; promover intercâmbio e mútua colaboração em atividades socioculturais; zelar pela melhoria constante da Educação Literária e Artística; incentivar a criação de Academias de Letras e Artes em cidades que ainda não as possuam.
Referências
- ↑ a b c «Expediente» (PDF). Revista da Academia Fluminense de Letras. Niterói. Dezembro de 2023
- ↑ DE BARROS, Albertina Fortuna, Patronos da Academia Fluminense de Letras, Editora La Cava Santos1975
- ↑ «Patronos». acadfluletras. Consultado em 16 de maio de 2022
- ↑ «Lei 7588/17 | Lei nº 7588 de 17 de maio de 2017. do Rio de janeiro, Governo do Estado do Rio de Janeiro». Jusbrasil. Consultado em 24 de maio de 2018
Ligações externas
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