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Apostasia (orquídea)

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Apostasia wallichii
Apostasia wallichii
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Asparagales
Família: Orchidaceae
Subfamília: Apostasioideae
Género: Apostasia
Blume 1825
Espécie-tipo
Apostasia odorata
Blume 1825
Distribuição geográfica

Espécies
8 espécies - ver texto
Sinónimos
Mesodactylis Wall. 1830
Niemeyera F.Muell. 1867
Neumayera Rchb.f. 1872
Adactylus Rolfe 1896

Apostasia é um género botânico composto por sete espécies terrestres do sudeste asiático, pertencente à família das orquídeas (Orchidaceae). Com flores pouco vistosas, são das poucas orquídeas cujo labelo não é muito diferente das outras duas pétalas e que apresentam dois estames na coluna, em vez de um. Trata-se de um dos gêneros mais primitivos de orquídeas que primeiro divergiu do grupo majoritário[1].

Apostasia vem do grego e significa separação ou divórcio em referência à grande diferença que separa a estrutura floral deste gênero de todas as outras orquídeas.

São sete espécies[2] terrestres dispersas por ampla área do sudeste asiático, compreendidas na região formada pelo nordeste da Austrália, nordeste da Índia e Japão, com centro de dispersão em Bornéu onde ocorrem cinco espécies. Podem ser encontradas do nível do mar até 1.700 metros de altitude, habitando o solo de florestas úmidas primárias e secundárias[3].

Floresta Daintree, em Queensland, Austrália.
Exemplo do tipo de habitat preferido pelas Apostasia

Plantas eretas, cujas alongadas raízes produzem pequenos tubérculos. O rizoma é recoberto de pequenas escamas; o caule é fino e usualmente ramificado; as folhas inferiores normalmente caducas, todas espaçadas ao longo do caule, são finas, lisas e estreitas; as inflorescências paniculadas, arqueadas ou pendentes, comportando até trinta pequenas flores, brancas ou amarelas, que não resupinam; o labelo das flores é praticamente igual às sépalas.

Neuwiedia o único outro gênero classificado na subfamília Apostasioideae tem três estames férteis. Apostasia têm dois[4], em vez de somente um, como quase todas as outras orquídeas. A presença de dois ou três estames nessas espécies é uma autapomorfia, caractere derivado que está presente, exclusivamente, em um único táxon terminal de um determinado cladograma. Serve como distinção entre espécies por exemplo, por tal caractere não ser encontrado em mais de uma ou algumas delas.

Uma espécie australiana é capaz de autopolinizar-se[5], nas outras espécies a polinização dá-se quando seu pólen solta-se com a vibração das asas dos insetos.[3]

Apostasia já esteve classificada em sua própria família de plantas, Apostasioideae, à parte das orquídeas, grupo do qual análises moleculares demonstram ser irmã[6]. Atualmente a maioria dos taxonomistas considera melhor classificar este gênero em uma subfamília de Orchidaceae.[3]

O gênero divide-se em duas secções, uma de flores que apresentam estaminoide, outra sem[7].

As Apostasia nuda, Apostasia elliptica e Apostasia latifolia não apresentam estaminoide. Essa ausência é uma apomorfia, ou seja, uma característica mais recente derivada de uma característica primitiva de uma espécie ancestral. As outras espécies de Apostasia apresentam um estaminoide homólogo ao único estame das orquídeas monandras. A presença do estaminoide é uma plesiomorfia, característica considerada primitiva que foi modificada em outra mais recente, a coluna, dentro da linhagem dessa família de plantas.

Apostasia nuda
  1. Apostasia elliptica J.J.Sm., Bull. Jard. Bot. Buitenzorg, III, 2: 15 (1920).
  2. Apostasia latifolia Rolfe, J. Linn. Soc., Bot. 25: 242 (1889).
  3. Apostasia nuda R.Br. in N.Wallich, Pl. Asiat. Rar. 1: 76 (1830).
  4. Apostasia odorata Blume, Bijdr.: 423 (1825).
  5. Apostasia parvula Schltr., Bull. Herb. Boissier, II, 6: 295 (1906).
  6. Apostasia ramifera S.C.Chen & K.Y.Lang, Acta Phytotax. Sin. 24: 349 (1986).
  7. Apostasia shenzhenica Z.J.Liu & L.J.Chen, Pl. Sci. J. 29: 39 (2011).
  8. Apostasia wallichii R.Br. in N.Wallich, Pl. Asiat. Rar. 1: 75 (1830).

Referências

  1. Stern, W. L., V. Cheadle, and J. Thorsch (1993). Apostasiads, systematic anatomy, and the origins of Orchidaceae. Botanical Journal of the Linnean Society 111: 411–45.
  2. R. Govaerts, M.A. Campacci (Brazil, 2005), D. Holland Baptista (Brazil, 2005), P.Cribb (K, 2003), Alex George (K, 2003), K.Kreuz (2004, Europe), J.Wood (K, 2003, Europe) (Novembro 2008). World Checklist of Orchidaceae. The Board of Trustees of the Royal Botanic Gardens, Kew. «Published on the Internet» (em inglês) 
  3. a b c Jeffrey Wood (2001) Apostasia. Em A. M. Pridgeon, P. J. Cribb, M. W. Chase, and F. N. Rasmussen eds., Genera Orchidacearum, vol. 1. Oxford University Press, Oxford, UK ISBN 0198505132.
  4. Blume, Carl Ludwig (1825). Bijdragen tot de flora van Nederlandsch Indië 8: 423.
  5. Dockrill, A.W. (1992). Australian Indigenous Orchids. Volume 1 & 2. Surrey Beatty & Sons in association with The Society for Growing Australian Plants, Chipping Norton, NSW.
  6. Kocyan, A.; Qiu,Y.-L.; Endress,P. K. e Conti,E. (2004). A phylogenetic analysis of Apostasioideae (Orchidaceae) based on ITS, trnL-F and matK sequences. Plant Syst. Evol. 247: 203-213.
  7. De Vogel, E. F. (1969). Monograph of the tribe Apostasieae (Orchidaceae). Blumea 17.2: pp. 313-50.

Ligações externas

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