Saltar para o conteúdo

Conservador-restaurador

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conservador-restaurador
Conservador-restaurador
Restauração de espelho dourado no Museu Gornoslaskie, Polônia
Tipo Profissão
Competências Ver competências
Educação requirida Ver formação
Campos de trabalho Museus, ateliês, galeria de artes

Conservador-restaurador é uma profissão que tem por objetivo, manter e proteger a integridade física dos bens culturais, sendo estes, todo patrimônio material de valor histórico, artístico ou documental.[1]

Um bem cultural é entendido como aquele bem que deve ser protegido, em virtude de seu valor e de sua representatividade para uma sociedade. Esse bem pode ser elevado a uma determinada categoria de proteção legal, de acordo com uma determinada atribuição de valor, que passa então a fazer parte da lista dos bens culturais protegidos, tanto em escala nacional, quanto em escala mundial, em diferentes categorias. A proteção legal cabe aos determinados países onde os bens culturais estão inseridos, sendo regulamentados vizando protegê-los para a atual geração e para as gerações futuras.[2]

Responsabilidades

[editar | editar código-fonte]

É de responsabilidade do profissional de conservação-restauração utilizar de um conjunto de técnicas específicas para conservar o bem cultural sob a forma física em que se encontra, ou, recuperar os elementos que o tornem compreensível e utilizável, caso tenha deixado de sê-lo. Para tal, este profissional realiza diagnóstico, tratamentos de conservação e restauração dos bens culturais, e a respectiva documentação de todos os procedimentos, além do estabelecimento de atividades referentes à conservação preventiva que são um conjunto de ações não interventivas que visam prevenir e/ou retardar os danos sofridos, minimizando o processo de degradação dos bens culturais.[3]

Competências e Habilidades

[editar | editar código-fonte]

O conservador-restaurador deve ter competências e habilidades relacionadas aos seguintes aspectos:

  • Identificar, analisar e solucionar problemas de conservação e de restauração de bens culturais móveis e integrados, respeitando e discutindo as peculiaridades de cada situação.[4]
  • Ser capaz de aplicar uma metodologia criteriosa e rigorosa para a tomada de decisão e execução de procedimentos de conservação e restauração, baseando-se na necessária integração de conhecimentos teóricos, científicos e éticos.[4]
  • Ter capacidade crítica para interpretar resultados de análises científicas e laboratoriais, que possam auxiliar na tomada de decisão adequada para cada tratamento e situação.[4]
  • Ter discernimento e sensibilidade em relação aos sentidos e valores atribuídos pelos agentes sociais aos bens culturais.[4]
  • Possuir destreza manual e domínio de técnicas para fazer intervenções minuciosas em bens culturais de valores inestimáveis.[4]
  • Trabalhar de forma cooperativa em equipes multidisciplinares, mantendo o necessário diálogo e troca de conhecimentos com as demais áreas que atuam em benefício da preservação dos bens culturais.[4]
  • Manter-se atualizado sobre as inovações das pesquisas sobre materiais, técnicas e procedimentos em conservação e restauração.[4]

No Brasil, existem cursos de graduação em instituições de nível superior que formam os profissionais habilitados a atuar em atividades de conservação e restauração de bens culturais móveis e integrados.

O Projeto de Lei 1183/2019[5] em tramitação na Câmara dos Deputados dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões de Conservador-restaurador de bens culturais móveis integrados e de Técnico em conservação-restauração de bens culturais móveis e integrados.

Tanto o bacharel ou conservador-restaurador de bens culturais móveis e integrados quanto o técnico em conservação restauração de bens culturais móveis e integrados podem atuar em locais como:

  • Instituições públicas e privadas de salvaguarda de acervos, como museus, bibliotecas, arquivos, centros de documentação, dentre outros;
  • Centros culturais, galerias de arte;
  • Empresas de conservação e restauração.

Os profissionais graduados ou técnicos em conservação-restauração também podem atuar como autônomos ou abrir empresa que prestam serviços, realizando as atividades de conservação, restauração e conservação preventiva de bens culturais móveis e integrados.

No Brasil, durante muito tempo a formação do conservador-restaurador se dava em alguns poucos cursos de especialização ou cursos técnicos. Muitos profissionais buscavam formação em instituições em outros países.

O Curso de Especialização em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais foi criado em 1978. O CECOR, criado em 1980 para dar apoio a este curso, consistiu no principal centro de formação de especialistas em Conservação durante 30 anos.[6] A partir da experiência e tradição do CECOR, em 2008, a UFMG implantou o seu Curso de Bacharelado em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis.

O Curso de Especialização em Conservação de Bens Culturais Móveis da Universidade Federal do Rio de Janeiro formou especialistas em conservação e restauração entre os anos de 1989 até 1996.

A nível técnico, a Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) oferta o Curso Técnico em Conservação e Restauro desde 1981.

Em 2006 foi implantado foi o Curso Superior de Tecnologia em Conservação e Restauro, no Campus Ouro Preto do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG).[7]

A partir de 2007, com apoio do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), foram implantados os seguintes cursos de graduação em universidades federais:

Posteriormente foi criado o curso de Conservação e Restauro da Universidade Federal do Pará - UFPA (2019).[11]

Referências

  1. ROJETO DE LEI N.º9.063,DE2017(Do Sr. Chico Alencar): Dispõe sobre a regulamentação do exercício das profissões de Conservador-Restaurador de Bens Culturais e de Técnico em Conservação-Restauração de Bens Culturais. [S.l.: s.n.] 
  2. «Dicionário do Patrimônio Cultural: Bem Cultural - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 27 de março de 2021 
  3. «CÓDIGO DE ÉTICA DO CONSERVADOR-RESTAURADOR» (PDF). Associação Brasileira de Encadernação e Restauro. Consultado em 27 de março de 2021 
  4. a b c d e f g «Competências e Habilidades». Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis. 30 de junho de 2009. Consultado em 27 de março de 2021 
  5. Câmara dos Deputados (15 de novembro de 2023). «Link para acompanhar o Projeto de Lei 1183/2019 na Câmara dos Deputados» 
  6. Mariana Tavares (19 de julho de 2021). «Texto sobre a história do CECOR - entrevista com Beatriz Coelho». PÓS: Revista do Programa de Pós-graduação em Artes da EBA/UFMG. 11 (22): 1-14. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  7. E-MEC. «Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior». Consultado em 15 de novembro de 2023 
  8. E_Mec. «Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior». Consultado em 15 de novembro de 2023 
  9. E-Mec. «Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior». Consultado em 15 de novembro de 2023 
  10. E-Mec. «Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior». Consultado em 15 de novembro de 2023 
  11. E-Mec. «Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior». Consultado em 15 de novembro de 2023 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Código de Ética do Conservador Restaurador - ARCO

Associações profissionais que congregam conservadores-restauradores