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José Fialho Gouveia

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José Fialho Gouveia
Nascimento 30 de abril de 1935
Montijo
Morte 2 de outubro de 2004
Coimbra
Cidadania Portugal
Cônjuge Maria Helena Varela Santos
Alma mater
Ocupação apresentador de televisão
Causa da morte síndrome da disfunção de múltiplos órgãos

José Manuel Bastos Fialho Gouveia (Montijo, Montijo, 30 de Abril de 1935Coimbra, Santo António dos Olivais, Hospitais da Universidade de Coimbra, 2 de outubro de 2004) foi um apresentador de televisão e radialista português.

Filho de Álvaro Fialho Gouveia, ferroviário em Lisboa, e de sua mulher Cesaltina Mendes Bastos (Montijo, Montijo, 9 de janeiro de 1906 - Lisboa, 10 de maio de 1988), professora primária em Alcabideche, Cascais, e Dama da Ordem da Instrução Pública a 8 de julho de 1960,[1] e neto materno de Artur Mendes Bastos (1859 - ?), exposto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e de sua mulher Águeda da Conceição Soares.

Depois de fazer os estudos liceais, no Liceu D. João de Castro, em Lisboa, matriculou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Deixaria o curso após ser admitido no concurso para locutores da Rádio Universidade, onde iniciou a sua carreira. O diretor da rádio, Caetano de Carvalho, foi quem o informou de que estava aberta uma vaga para locutores para a RTP, ao qual Fialho Gouveia concorreu, e conseguiu o lugar, logo em 1957.

Sem deixar a rádio inaugurava, com Paulo Cardoso, em 1959, as emissões das tardes da Rádio Renascença, com o programa Diário do Ar.

Casou-se em janeiro de 1960 com Maria Helena Ferreira Varela dos Santos, locutora também da RTP - Rádio Televisão Portuguesa,[2] filha de Jaime Varela dos Santos, Capitão do Exército Português e fundador, construtor e proprietário da Rádio Ribatejo em 1951, e de sua esposa Sara. Os dois primeiros filhos, Paulo Jorge e Maria João Varela dos Santos Fialho Gouveia, nasceram em 1960 e 1961, respetivamente.

No ano de 1968 participaria no programa PBX, ainda na Rádio Renascença, uma produção dos Parodiantes de Lisboa, que partilhou com Carlos Cruz, João Paulo Guerra, José Nuno Martins, Paulo Morais e Adelino Gomes.

Popularizado através da televisão, obteve grande reconhecimento com o programa Zip-Zip, em 1969, o primeiro talk-show da televisão portuguesa, gravado no Teatro Villaret, em que participavam também os amigos Raul Solnado e Carlos Cruz, sob a direção de Luís Andrade.

Em 1970, já após o fim do Zip-Zip, Fialho Gouveia e a equipa do PBX, a que se juntou Joaquim Furtado, integraram o programa Tempo Zip, primeiro no Rádio Clube Português, depois na Renascença. Aquando do 25 de Abril de 1974, estava de serviço na RTP, com o colega Fernando Balsinha, aquando da leitura do comunicado do Movimento das Forças Armadas.

Na inauguração da RTP2, co-apresentou com Carlos Cruz, o primeiro serviço de notícias da estação. Em 1977 apresentou o concurso A Visita da Cornélia, com Raul Solnado, que foi um dos grandes sucessos desse ano. Do seu segundo casamento, com Maria Beatriz Soares Araújo, nasceu em Lisboa, a 1 de Julho de 1978, o seu terceiro filho, José Eduardo Soares Araújo Fialho Gouveia.

Foi o primeiro apresentador dos Jogos sem Fronteiras quando Portugal entrou em Junho de 1979. Apresentou depois os concursos O Gesto é Tudo e A Prata da Casa (1980).

Em 1981 apresentou, com Raul Solnado e Carlos Cruz, o programa E O Resto São Cantigas onde eram homenageados alguns dos nossos maiores compositores. Seguem-se os concursos Vamos Caçar Mentiras (1983), Par ou Ímpar (1986), Faz de Conta (1986), este um formato inovador com Raul Solnado onde era incentivada a improvisação dos concorrentes em confronto com Solnado, e ainda Com Pés e Cabeça (1988). Grande sucesso com o programa Arca de Noé (1990-1992). Seguiram-se os programas Entre Famílias (1992) e A Filha da Cornélia (1994). Só abandonou a RTP em 2002.

Foi Sócio e Secretário da Assembleia-Geral do Sport Lisboa e Benfica.

Faleceu em Outubro de 2004, vítima de uma doença cardiovascular, com falência multiorgânica.[3]

A sua filha Maria João Fialho Gouveia escreveu o livro "Fialho Gouveia - Uma Biografia Sentimental" (Vogais Editora, 2013).

  • «Já vi partir muitos amigos, mas o Fialho dói muito. Não havia melhor pessoa do que ele, amigo, honesto e sincero. Custa muito. Era um amigo do coração» (Octávio de Matos)
  • «[Foi um] comunicador que ajudou a revolucionar a TV» (Diário de Notícias)

Referências

  1. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Cesaltina Mendes Bastos Fialho Gouveia". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 19 de fevereiro de 2015 
  2. DIAS, Patrícia Costa (2011). A Vida com um Sorriso - Histórias, experiências, gargalhadas, reflexões de Isabel Wolmar. Lisboa: Ésquilo. pp. 67–69. ISBN 978-989-8092-97-7. OCLC 758100535 
  3. «Morreu Fialho Gouveia». TSF Rádio Notícias. 2 de outubro de 2004. Consultado em 20 de janeiro de 2012 

Ligações externas

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