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Manetão

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Plutarco ligou Manetão ao culto ptolomaico de Serápis;[1] este é o busto de um sacerdote anônimo de Serápis — Museu Antigo, em Berlim

Manetão[2][3] (em grego clássico: Μανέθων ou Μανέθως; romaniz.: Manéthōn ou Manéthōs) ou Mâneto[4] foi um historiador e sacerdote egípcio natural de Sebenito (em egípcio: Tjebnutjer) que viveu durante a era ptolemaica durante aproximadamente o século III a.C. Uma teoria alternativa postula que ele seria natural de Roma, e teria escrito sua obra por volta de 100 d.C.[5]

Manetão teria escrito a Egiptíaca (História do Egito), em grego e aparentemente encorajado pelo primeiro Ptolemeu[6] ou o seu sucessor Ptolemeu Filadelfo. A obra tem grande interesse para egiptólogos, e frequentemente é utilizada como marco de referência para a cronologia dos faraós. Embora o texto original foi perdido, a alusão mais antiga foi feita pelo historiador judeu Flávio Josefo em sua obra Contra Apião.

Fontes utilizadas

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Manetão teria conhecimento dos registros antigos, e o seu texto estaria largamente baseado neles, embora incluiria também algumas lendas populares egípcias.[6] Quando Manetão menciona as lendas, ele assim o dizia, mostrando os casos em que sua fonte não eram os documentos.[6] As listas de Manetão complementam fontes como a Tabuleta de Sacará ou a Lista Real de Carnaque.

Importância história

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A história de Manetão foi o mais parecido a um registo da história egípcia que os gregos e romanos tiveram. O texto foi perdido, mas importantes fragmentos foram preservados, por Flávio Josefo e outros autores cristãos como Sexto Júlio Africano (século II), Eusébio de Cesareia (século III) e o monge bizantino Jorge Sincelo (século VIII). Quase toda a informação sobre o Antigo Egito, até o deciframento da escrita jeroglífica no século XIX, vinha de Manetão.[6] As adaptações helenizadas dos nomes dos faraós como Amenófis (Amenotepe), Tutemósis (Tutemés) ou Sesóstris (Senuserte) são utilizadas por Manetão.

As listas de dinastias e faraós de Manetão são artificiais e seguem um plano ideológico e religioso. As dinastias III e IV, assim como a VI e VIII ou a XVII e XVIII separam faraós da mesma família. Não está claro que houvesse uma dinastia VII e os reis hicsos são deliberadamente ignorados. Os faraós de Amarna como Aquenáton recebem nomes deformados e pejorativos.

O historiador grego, Hecateu de Abdera, que viveu no tempo do primeiro Ptolemeu, escreveu também uma história do Egito, Egiptíaca, baseada em informações locais, mas muito do seu texto foi inventado de forma a apresentar aos gregos uma versão idealizada do Antigo Egito. Hecateu deu aos gregos o que eles queriam. Manetão, com sua listagem seca de dinastias de deuses e reis, não tinha chance de competir com a versão romanceada de Hecateu.[6]

Referências

  1. Manetho (19 de janeiro de 2018). Delphi Complete Works of Manetho (Illustrated) (em inglês). [S.l.]: Delphi Classics 
  2. Bellomo 2008, p. 208.
  3. Ki-Zerbo 2010, p. 2.
  4. Revista Galileu. «A saga do povo eleito por Deus». 2007. Consultado em 19 de abril de 2021 
  5. Comentários de David Hoffman sobre o Livro do Êxodo, Mossad Harav Kook, 2010
  6. a b c d e E. R. Bevan, The House of Ptolemy (1927), Chapter IV. The People, The Cities, The Court [em linha]
  • Bellomo, Harry R. (2008). Cemitérios do Rio Grande do Sul: arte, sociedade, ideologia. [S.l.]: EDIPUCRS. ISBN 8574307173 
  • Ki-Zerbo, Joseph (2010). História Geral da África – Vol. I – Metodologia e pré‐história da África. [S.l.]: UNESCO. ISBN 8576521237