Salom Mesa
Salom Mesa | |
---|---|
Nascimento | 21 de agosto de 1919 |
Morte | 30 de abril de 1991 Caracas |
Cidadania | Venezuelano |
Ocupação | político, anarquista |
Causa da morte | câncer |
Salom Mesa Espinoza (Guarebe, Guárico; 21 de agosto de 1919 – Caracas, 30 de abril de 1991) foi um político e anarquista venezuelano.[1]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Juventude[editar | editar código-fonte]
Salom Mesa nasceu em 21 de agosto de 1919 em Guarebe, uma vila do estado Guárico.[2] Seus pais foram Hilario Mesa e Lucrecia Espinoza Guaz.[2] Desde muito jovem Mesa dedicou-se a actividades agrícolas e do campo.[1] Posteriormente instala-se na cidade de Caracas trabalhando como operário têxtil em 1939.[2][3]
Vida política[editar | editar código-fonte]
Em 1940 inscreve-se no Partido Democrático Nacional, sendo juramentado por Raúl Leoni.[1][2] Mais tarde, continuaria sua militância em Ação Democrática ao fundar-se este partido em 1941.[2] Nesta organização conheceu ao líder sindical Francisco Oliveira, quem acercou-o ao sindicalismo e ao conhecimento de diversas filosofias políticas.[2] Assim mesmo, Mesa sempre manteve uma relação especial com o ex-presidente venezuelano Rómulo Galegos, quem também foi membro de Acção Democrática.[3]
Mais adiante, desde fevereiro de 1950 actuou de maneira clandestina contra a ditadura de Marcos Pérez Jiménez.[2] Em 1951 participou no resgate de Alberto Carnevali.[2] Também em 1951 participou de uma insurreição onde foi preso e seria torturado, sem nunca delatar a seus colegas.[2][4] Deste modo, estaria em vários cárceres venezuelanos até o 24 de janeiro de 1958, posterior à queda de Pérez Jiménez.[2]
Foi deputado por Acção Democrática e secretário geral de organização deste partido.[1]
Em 1967 funda junto com Luis Beltrán Prieto Figueroa o Movimento Eleitoral do Povo, partido político que surge a partir de problemas internos em Ação Democrática.[1] Salom Mesa seria eleito três vezes consecutivas como deputado ao Congresso Nacional pelo Distrito Federal em representação do Movimento Eleitoral do Povo.[1]
Durante sua actividade parlamentar denunciou o caso Serra Nevada, onde estaria implicado o então presidente venezuelano Carlos Andrés Pérez.[5] Também fez parte da comissão que denunciou os assassinatos de Alberto Lovera e Jorge Antonio Rodríguez.[5]
No primeiro Governo de Carlos Andrés Pérez, Mesa seria acusado de estar implicado no sequestro do industrial William Niehous.[4] Seria retirada sua imunidade parlamentar; sobre isso Mesa declararia que: «…eu estou preso por vontade do presidente Carlos Andrés Pérez.[3] Sou vítima de uma imensa covardia».[1] Sairia do cárcere ao ser eleito novamente como deputado para um terceiro período como candidato do Movimento Eleitoral do Povo, sendo liberto em 1979.[3]
Anarquismo[editar | editar código-fonte]
Posteriormente Salom Mesa chegaria ao anarquismo e ao socialismo libertário, afirmando em seu livro La vida me lo dijo. Elogio de la anarquía o seguinte:
Para mim a luta social tem sentido se ela tende à emancipaçao humana; e em quarenta e quatro anos de militância partidarísta, rodeado de gente pessoalmente boa em sua imensa maioria, me convencí de que mediante a ação política não será possível alcançar essa emancipação; que os filhos do povo como eu nada temos que fazer na politica nem nas funções governamentais; e que nossa missão e lutar para destruir toda a ordem social e política imperante, para logo construir uma ordem justa. Com fé no destino da humanidade, sem ressentimentos contra nenhum ser, decidi que os nos de vida que me restam estarei consagrado à propagar em nosso pais as ideias socialistas libertárias, cujo progresso, aqui e em todas as partes, talvez ofereça ao homem a possibilidade de viver em um estado digno de sua própria grandeza.[6]
Morte[editar | editar código-fonte]
É diagnosticado de um cancro em etapa muito avançada em 1983, falecendo o 30 de abril de 1991 às 11:05 p.m. na cidade de Caracas após cinco meses de sofrimento.[1]
Obras[editar | editar código-fonte]
Entre suas obras destacam:[1][7]
- El Gallo de Machillanda
- Por un caballo y una mujer
- Tres cuentos tres vidas
- Cartas a Carlos
- La vida me lo dijo. Elogio de la anarquía
Referências
- ↑ a b c d e f g h i «PERSONAJES SALOM MESA ESPINOZA». 25 de novembro de 2014. Consultado em 29 de maio de 2016
- ↑ a b c d e f g h i j Magallanes, Manuel. «Mesa Espinoza, Salom». Diccionario de Historia de Venezuela. Fundación Empresas Polar. Consultado em 3 de dezembro de 2020
- ↑ a b c d «Hoy se investiga la injusticia cometida contra Salom Meza». Correo del Orinoco. 27 de abril de 2014. Consultado em 29 de maio de 2016
- ↑ a b «Vesania del régimen contra los presos políticos». El Carabobeño. 7 de novembro de 2014. Consultado em 29 de maio de 2016. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2016
- ↑ a b «AN reconoció la figura histórica del revolucionario Salom Meza Espinoza a 23 años de su siembra». 22 de abril de 2014. Consultado em 29 de maio de 2016
- ↑ Mesa, Salom. «Ahora». La vida me lo dijo. Elogio de la anarquía. Consultado em 29 de maio de 2016
- ↑ Barrios, Aldemaro (20 de agosto de 2019). «Salom Mesa Espinoza: 100 años de vida». Aporrea. Consultado em 3 de dezembro de 2020