Saltar para o conteúdo

Tumba de Júlio II

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Tumba de Júlio II.

A Tumba de Júlio II é um conjunto decorativo e arquitetônico concebido pelo artista italiano Michelangelo, encomendado primeiramente em 1505 e finalizado em 1545 para servir de mausoléu ao Papa Júlio II.[1] O projeto original era previsto para o interior da Basílica de São Pedro, onde estão sepultados os demais Papas, porém foi realizado na igreja de San Pietro in Vincoli, também em Roma, Itália. A igreja era uma das preferidas da Casa de Della Rovere, da qual Júlio II era procedente e foi também pela qual havia sido cardeal-presbítero.

Como concebido originalmente, a tumba seria uma estrutura colossal o suficiente para abrigar as figuras sobre-humanas de Michelangelo.[1] Este projeto, no entanto, tornou-se um dos mais desafiadores para o artista quando o Papa, por motivos desconhecidos, interrompeu-o. Uma das motivações, segundo estudiosos, seriam os altos custos gerados pela reforma da Basílica de São Pedro, encabeçada por Bramante.[2] Inspirado no Mausoléu de Halicarnasso, o projeto original consistia em uma estrutura piramidal de três níveis e 7 metros de altura com cerca de quarenta figuras em mármore.[3] Após a morte do papa em 1513, a escala do projeto foi reduzida gradualmente até que em abril de 1532 atingiu a aparência que possui até aos dias atuais.[1]

As esculturas do Escravo moribundo e do Escravo rebelde foram finalizadas, porém não incluídas no conjunto em sua escala final.[4] Ambas, encontram-se atualmente no acervo do Louvre.[5] Outra obra planejada para a tumba é o O Gênio da Vitória, atualmente exposta no Palácio Vecchio, em Florença.[6]

Outras obras concebidas para a tumba são o Escravo Jovem, Atlas, Prisioneiro Barbado e Prisioneiro despertando. As esculturas de Raquel e Lia, alegorias da vida contemplativa e da vida ativa, respectivamente, foram criadas por Raffaello da Montelupo, um dos discípulos de Michelangelo.[7] Os demais detalhes são de autoria de outros aprendizes do artista.

Referências

  1. a b c Panofsky, Erwin (Dezembro de 1937). «The First Two Projects of Michelangelo's Tomb of Julius II». The Art Bulletin 19. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
  2. Fletcher, Banister (1975). History of Architecture on the Comparative Method for the student, craftsman, and amateur. [S.l.]: Macmillan Pub Company. ISBN 9997460553 
  3. Argan, Giulio Carlo; Contardi, Bruno. «Michelangelo» 
  4. Robertson, Charles (2012). «The Slave in European Art». The Warburg Institute 
  5. «Joconde: Catalogue dú Louvre». Joconde. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
  6. «Palazzo Vecchio». Museus de Florença. Consultado em 17 de dezembro de 2015 
  7. Vasari, Giorgio. «Baccio da Montelupo». Vasari's Life of Artists