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Batalha de Edessa

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Batalha de Edessa
Guerras romano-persas

Baixo-relevo em Naqsh-e Rostam descrevendo o triunfo de Sapor I sobre Valeriano
Data 259/260
Local Edessa, Osroena
Desfecho Vitória sassânida
Beligerantes
Império Romano
Império Sassânida
Comandantes
Valeriano Sapor I
Forças
70 000 Desconhecidas
Baixas
Todas[1] Desconhecidas

A Batalha de Edessa de 259 ou 260 foi travada entre o exército do Império Romano sob o comando do imperador Valeriano (r. 253–260) e o exército do Império Sassânida sob o comando do Sapor I (r. 240–270). O exército romano foi derrotado e inteiramente capturado pelas tropas sassânidas e pela primeira vez na história militar romana, um imperador foi levado cativo por tropas estrangeiras. Como tal, a batalha é geralmente tida como um dos piores desastres na história militar do império. Além disso, com essa vitória, os persas puderam conduzir uma destrutiva campanha quase sem oposição.

Antes da batalha, Sapor havia penetrado diversas vezes profundamente em solo romano, conquistando e saqueando Antioquia na Síria Palestina em 253. Após derrotar o usurpador Emiliano (r. 253) e assumir a púrpura, Valeriano chegou no Oriente no fim de 253 ou começo de 254 e gradualmente restaurou a ordem.[2] Logo, teve de confrontar uma invasão naval gótica no norte da Ásia Menor.[1]

Os godos atacaram o Ponto e moveram-se ao sul na Capadócia. Valeriano tentou impedir, com a ajuda do exército estacionado em Antioquia, mas foi impedido pela peste que assolava o Império Romano à época. Enquanto seu exército esta enfraquecido, Sapor invadiu o norte da Mesopotâmia em 260, provavelmente no começo da primavera.[1]

Com 60 anos, o idoso Valeriano marchou à fronteira persa. Segundo a inscrição Feitos do Divino Sapor, encontrou o principal exército persa sob o comando do xá entre Carras e Edessa e foi decisivamente derrotado e capturado com seu exército inteiro.[1] Segundo fontes romanas imprecisas, o exército romano foi derrotado e sitiado pelas forças persas.[3] Valeriano teria tentado negociar uma trégua, mas foi capturado e é possível que o exército rendeu-se depois disso. Dentre os prisioneiros havia, como alega Sapor, muitos outros altos oficiais, incluindo um prefeito pretoriano,[3] possivelmente Sucessiano. Também alega-se que Sapor teria voltado atrás em sua palavra ao capturar o imperador após acordar um cessar-fogo.[4]

Camafeu em sardônica representando Sapor I humilhando Valeriano.

São várias as versões relativas ao destino de Valeriano. Segundo alguns estudiosos, Sapor enviou Valeriano e parte de seu exército à cidade de Bixapur, onde viveram em condições relativamente boas. Sapor usou os sobreviventes em projetos de engenharia e desenvolvimento, uma vez que os romanos eram habilidosos negociantes e artesãos. A Ponte de César (Band-e Kaisar) é uma das reminiscências da engenharia romana situada próximo a cidade de Susa.[5]

Segundo Lactâncio, Sapor humilhou Valeriano, usando-o como um degrau humano para quando fosse montar em seu cavalo. Para Aurélio Victor, foi mantido enjaulado e humilhado ao prazer do xá. À época de sua morte, seu corpo foi alegadamente esfolado e recheado com, dependendo do relato, estrume ou palha para produzir um troféu da submissão romana preservado num templo persa.[3]

Após a captura de Valeriano, Sapor invadiu a Cilícia, mas foi finalmente repelido por uma força de alívio sob Macriano Maior, Balista e Odenato de Palmira. Macriano proclamou seus filhos Macriano Menor e Quieto como imperadores enquanto esteve nos Bálcãs e Ingênuo e Regaliano revoltaram-se. Todos, porém, foram derrotados por Galiano (r. 253–268), filho do cativo, ou forças locais.[3]

Referências

  1. a b c d Potter 2004, p. 255.
  2. Potter 2004, p. 254.
  3. a b c d Potter 2004, p. 256.
  4. Weigel 1998.
  5. Zarinkoob 1999, p. 195.
  • Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres/Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7 
  • Zarinkoob, Abdolhossein (1999). Ruzgaran: tarikh-i Iran az aghz ta saqut saltnat Pahlvi. Teerã: Sukhan. ISBN 964-6961-11-8