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Nuno Vasconcellos

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Nuno Rocha dos Santos de Almeida e Vasconcellos (Lisboa, 21 de Novembro de 1964) é um empresário luso-brasileiro com uma carreira voltada para a área de telecomunicações, mídia, tecnologia e negócios imobiliários tanto em Portugal como no Brasil. É presidente do portal de notícias IG e mantém no jornal O Dia, do qual é diretor, a coluna dominical Um Olhar Sobre o Rio — com temas relacionados com a vida e a política na cidade e no estado do Rio de Janeiro.

Família[editar | editar código-fonte]

Filho de Luís Fernando Teuscher de Almeida e Vasconcellos[1] (Berna, 21 de Janeiro de 1937 - Lisboa, 17 de Janeiro de 2009), regente agrícola, administrador de empresas, co-fundador do jornal Expresso e da televisão SIC, da qual foi Vice-Presidente, do Grupo Impresa, filho duma Suíça Alemã, sobrinho-neto do 1.º Visconde de Almeida e Vasconcelos e bisneto do 1.º Visconde de Ferreira do Alentejo, e de sua mulher Isabel Maria Rocha dos Santos[2] (Lisboa, 28 de Abril de 1945), neto materno de João Llach Rocha dos Santos, industrial, e de sua mulher Maria Isabel Martins e bisneto do industrial e fundador da Sociedade Nacional de Sabões, um dos maiores grupo industriais do século 20. Foi casado com Maria Alexandra da Costa Lima Mascarenhas (4 de Novembro de 1966), filha de José Carlos Sotomaior Negrão Mascarenhas e de sua mulher Maria do Carmo Barbosa da Costa Lima. Tem três filhos: Diana Mascarenhas de Almeida e Vasconcellos (12 de Fevereiro de 1996) e Luísa Mascarenhas de Almeida e Vasconcellos (7 de Novembro de 2003), com Maria Alexandra, e Nuno Luiz Strand de Almeida e Vasconcellos (4 de agosto de 2018), com a sua esposa Rafaela Strand Bueno de Morais (1978).

É afilhado de Francisco Pinto Balsemão, seu padrinho de casamento, presidente e maior acionista da Impresa, um dos maiores grupos privados de comunicação de Portugal, que detém o Expresso e a estação de televisão SIC.

Formação[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Lisboa, onde viveu até aos 11 anos. Nesta época, foi para a Bélgica, onde cursou o secundário em um colégio interno. Depois frequentou um colégio militar[3] nos Estados Unidos, no Estado da Georgia.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Projeção no mercado[editar | editar código-fonte]

Aos 41 anos, depois de quase 20 anos trabalhando em multinacionais, Nuno pediu um investimento à sua família para criar o Ongoing Strategy Investments. O grupo teve um crescimento rápido e se beneficiou da venda de vários ativos, como a área de cabo da Portugal Telecom e a venda da Vivo, a maior empresa de celular do Brasil. Em 2007, a Ongoing apresentou resultados líquidos de 375 milhões de euros e entrou no top 10 de empresas portuguesas. O sucesso projetou Nuno como figura pública. Naquele mesmo ano, a família Rocha dos Santos já era apontada como a 21ª mais rica do país.

Nuno Vasconcellos travou com seu padrinho Balsemão uma batalha pelo controle do grupo Impresa, que na época era o maior conglomerado privado de mídia de Portugal. O estremecimento começou quando Nuno propôs um aumento de capital com o objetivo de reduzir dívida e capitalizar a Impresa. Balsemão[4] reprovou o atrevimento do afilhado de querer ampliar a sua participação acionária na empresa e rompeu relações. Vasconcellos vendeu, então, sua participação na Impresa, mas tentou adquirir 35% das ações da MediaCapital, outro importante grupo de mídia em Portugal.  A ERC (Entidade Reguladora de Comunicação Social) interveio e não permitiu, alegando que o negócio constituiria um "excesso de concentração".

O Grupo Ongoing era multisetorial, mas estava focado em áreas de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia. Quando integrava o conselho de administração da Portugal Telecom (Pharol), Nuno possuía o controle da companhia em conjunto o Banco Espírito Santo, cada um com 10% das ações. Em 2003, a Portugal Telecom era sócia majoritária da Vivo com 50% das ações, participação que foi liquidada em 2010 com a venda de todos os ativos para a Telefônica. Dois anos antes, em 2001, a empresa já havia investido no UOL, na época um dos maiores provedores de internet do Brasil. Inicialmente a participação era de 50%, mas após o IPO, em 2005, o percentual caiu para 30%. No final de 2010, todos os ativos foram vendidos para o empresário João Alves de Queiroz Filho. No setor dos meios de comunicação, detinha ainda o jornal Diário Económico e o canal de televisão Etv [5], líder do mercado de informação econômica em Portugal, e uma posição de quase 30% no Grupo Impresa.

Nuno Vasconcellos, então presidente da Ongoing, se juntou a Ricardo Salgado[6], ex-líder do Grupo Espírito Santo (GES), para travar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Sonaecom sobre a Portugal Telecom, em 2007. Com pouco mais de 2% das ações e ajuda de alguns private equities ingleses, usou a sua posição no grupo para votar contra a OPA da Sonae sobre a PT.[7] O empresário articulou uma engenhosa ação com a criação de uma associação de pequenos acionistas minoritários da PT, com 1% de capital (cedido por Nuno), e convenceu a opinião pública que a OPA seria desfavorável à Portugal Telecom. A associação era composta também por políticos de diferentes linhas ideológicas, o que lhe trouxe maior credibilidade. A artimanha custou caro a Nuno, que passou a ser alvo frequente do jornal Público, controlado pela Sonae.

A projeção fez com que integrasse a Clinton Global Initiative, movimento criado em 2005 pelo ex-presidente dos EUA Bill Clinton, com o objetivo de estabelecer uma comunidade de líderes globais para encontrar soluções inovadoras para os desafios mais prementes no mundo. Foi o único empresário português a participar no encontro anual de 2010, em Nova Iorque.[8]

Integra a Maçonaria como membro da Loja Mozart, n.º 49, da Grande Loja Legal de Portugal, na qual foi Venerável Mestre.[9][10].

Reviravolta nos negócios[editar | editar código-fonte]

Ao mesmo tempo que o seu grupo ganhava importância também acumulou resistências, polêmicas e inimigos. O Ongoing entrou em quase todas as guerras empresariais ao longo de sua trajetória.

A falência em Portugal do Grupo Ongoing ocorreu em 2016 pela inesperada derrocada do Banco Espírito Santo. Uma das empresas controladoras do banco acaba devendo a Portugal Telecom 950 milhões de euros, sem conhecimento das outras partes envolvidas. O montante não foi pago e derrubou a Portugal Telecom e o Banco Espírito Santo[11], levando todo o mercado financeiro português quase ao ponto de ruptura, arrastando empresas familiares à falência.

Referências


Ligações externas[editar | editar código-fonte]