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Américo Raposo

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Américo Raposo
Informação pessoal
Nascimento 19 de dezembro de 1932
Cidadania Portugal Portugal
Ocupação medal engraver (d) e ciclista
Informação equipa
Disciplina Estrada e Pista
Função Ciclista
Tipo de corredor Sprinter
Amador
1948-1951 Sporting Clube de Portugal
Profissional
1951-1960 Sporting Clube de Portugal
Maiores vitórias
Campeonato Nacional de Fundo (1949)
Campeonato Distrital de Velocidade (1951)
Campeonato Distrital de Velocidade (1952)
Campeonato Distrital de Velocidade (1953)
Campeonato Distrital de Velocidade (1954)
Campeonato Nacional de Velocidade (1951)
Campeonato Nacional de Velocidade (1952)
Campeonato Nacional de Velocidade (1953)
Campeonato Nacional de Ciclo-Crosse (1954)
Clássica Porto-Lisboa (1954)
Grande Omnium Nacional (1954)
Omnium Internacional (1956)
Taça Ibérica - Meio Fundo (1956)
Campeonato Nacional de Velocidade (1957)


Américo Figueiredo Raposo (Lajeosa do Dão, 19 de dezembro de 1932 - Lisboa, 17 de janeiro de 2021)) foi um ciclista português de estrada e de pista, e gravador-medalhista.[1]


Em 1947, com somente 15 anos de idade, vence 3 circuitos (Circuito Amador de Lajes de Silgueiros, Circuito Amador de Tondela e Circuito Amador de Lajeosa do Dão) para iniciados, na sua terra natal.

Em 1948, é campeão das escolas de ciclismo do Sporting, para iniciados na modalidade.

Iniciou a sua carreira no ano de 1949, finalizando-a em 1960, sempre ao serviço do ciclismo do Sporting Clube de Portugal.

Filho do ciclista Joaquim Raposo e irmão de outros três praticantes da modalidade (Júlio, Alberto e Rui), o jovem Américo desde muito novo que se apaixonou pelas bicicletas e enquanto ouvia as histórias do seu pai e assistia às corridas do seu irmão Alberto, sonhava vir a ser um ciclista famoso.

Com 16 anos de idade veio para Lisboa e logo decidiu que a sua profissão seria mecânico de bicicletas e assim arranjou emprego na Velocipédica Leonina, situada ao pé do Campo do Sporting e que tinha como proprietários António Germano, um grande Leão, e Júlio Mourão.

Entrou então para a Escola de Ciclismo do Sporting, onde inicialmente foi orientado por João Lourenço, mas foi do «Mestre» Eduardo Lopes (como o apelida), que recebeu os ensinamentos que o tornaram num dos melhores sprinters de sempre em Portugal, quase imbatível em pista, formando com Pedro Polainas uma temível dupla.

Foi necessária uma autorização especial para que começasse a competir oficialmente e ganhou logo algumas corridas, sagrando-se Campeão Regional de Velocidade em 1950.

1951 foi o ano da sua afirmação, onde depois de se sagrar Campeão Regional de Fundo na categoria de Amadores e de participar no Campeonato do Mundo de Pista em Milão (Velódromo Vigorelli), foi promovido à categoria de Independentes, sagrando-se logo Campeão Regional e Nacional de Velocidade. Ao todo viria a somar 28 títulos de Campeão de Velocidade e de Fundo.[2]

Estreou-se na Volta a Portugal em 1952 e vestiu logo a Camisola Amarela ao ganhar brilhantemente o Circuito da Pista do Lima no Porto. A excitação do feito não o deixou dormir nessa noite e no dia seguinte não resistiu ao Marão, mas no final da Volta foi o melhor elemento do Sporting terminando no 10º lugar da Geral, tendo ainda ganho mais uma etapa.

Defrontou na sua carreira vedetas como Anquetil, Bobet, Bahamontes, Muller, Kubler e Poblet, entre outros.

Em 1954, ganhou a clássica corrida Porto-Lisboa.[3]

Após terminar a carreira de ciclista, foi treinador do Sporting, altura em que descobriu João Roque.[4]

Em 1961, sob o seu comando técnico, a equipa do Sporting vence colectivamente a Volta a Portugal, facto que não acontecia há 20 anos.

Depois de deixar definitivamente o ciclismo, dedica-se a tempo inteiro à sua profissão de gravador-medalhista, tornando-se num dos maiores de sempre, senão mesmo o maior de Portugal, colaborando com os mais renomados escultores portugueses, como o Prof.Esc.Fernando Conduto, Prof.Esc.Domingos Soares Branco, D.Thomaz de Mello, Luz Correia, José João de Brito, Rui Chafes, entre outros.[5]

Foi homenageado pela Câmara Municipal de Tondela, em 1990[6] e 2001.[7]

"Américo Raposo, à semelhança de tantos outros tondelenses emigrados, saiu da sua Terra, para ganhar a vida. Ganhou-a efectivamente. Com o esforço que empreendeu, é hoje uma figura destacada, no mundo da medalhística, como artista e empresário. O seu sucesso estará por certo, assente na aprendizagem que fez no desporto, como ciclista. Aprendeu a lutar contra as dificuldades e a superar os seus próprios limites. Vencendo sobre pedais, aprendeu a vencer na vida. A homenagem que agora se faz à sua multifacetada figura de Homem, de Desportista e de Artista pretende apenas realçar as virtudes humanas do trabalho, da seriedade, do respeito pelas regras, do esforço individual e colectivo que cimentam o sucesso, em beneficio da Cidade dos Homens, que é este Mundo-Nosso em que nos é dado viver." Felisberto Figueiredo (Vereador do Pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Tondela)[8]

  • "Em Memória de Eduardo Lopes - Glória e Drama de um Campeão de Ciclismo", de Eduardo Cunha Lopes. Edição Bubok (2014). 373 p. Ilustrado (p&b). ISBN: 978-84-686-6046-2
  • "UVP-FPC: 100 Anos de Ciclismo". Edição da Federação Portuguesa de Ciclismo (1999). 159 p. Ilustrado (p&b)
  • "História da Volta", de Guita Júnior. Edições Talento (2006). 212 p. Ilustrado. ISBN: 972-8868-19-7
  • "Ribeiro da Silva - O Português Voador", de José Magalhães Castela. Edição A LORD Fundação (2015). 163 p. Ilustrado. ISBN 978-989-96579-4-6
  • "Américo Raposo - Biografia", de Eduardo Lopes. Edição CreateSpace (2018) 408 p. Ilustrado. ISBN: 978-1718717671

Ligações externas

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Referências

  1. http://www.sportingcanal.com/?p=1888
  2. Memórias - Homenagem a Américo Raposo, por Fausto Melo
  3. "Porto-Lisboa, a mais antiga prova de Portugal" - Federação Portuguesa de Ciclismo
  4. Sporting Canal - Américo Raposo
  5. "Américo Raposo - Biografia", de Eduardo Lopes
  6. Jornal de Tondela, edição 8 de Junho de 1990
  7. http://www.cm-tondela.pt/
  8. Suplemento do Jornal de Tondela, de 16 de Setembro de 2001