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Batalha de Dunnichen

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Batalha de Dunnichen
Guerras Pictos-Nortúmbrias

Petroglifo picta do conflito.
Data 20 de maio de 685.
Local Próximo de Dunnichen
Desfecho Vitória dos Pictos
Beligerantes
Pictos Nortúmbrios
Comandantes
Bridei III Egfrido

A Batalha de Dunnichen ou Batalha de Nechtansmere (Gaélico escocês:Blàr Dhùn Neachdain, Irlandês antigo: Dún Nechtain, Galês antigo: Linn Garan, Inglês antigo: Nechtansmere) foi uma luta entre os pictos, liderado pelo Rei Bridei III, e os nortúmbrios, liderados pelo Rei Egfrido (Ecgfrith), em 20 de maio de 685.

A hegemonia nortúmbria sobre o nordeste britânico, adquirida pelos antecessores de Egfrido, começou a se desintegrar. Várias nações subjugadas começaram a se rebelar ao longo desses anos, levando a inúmeras batalhas contra os pictos, mércios e irlandeses, com vários sucessos. Seguindo de várias sitiações em territórios vizinhos, liderados pelos pictos, Egfrido levou suas tropas contra eles (apesar de ter dito o contrário), como uma forma de sobrepor sua suserania sobre as nações pictas.

Uma falsa retirada dos pictos levou os nortúmbrios a uma emboscada em Dun Nechtain, perto do lago Linn Garan. Por muito tempo se pensou que o local da batalha tivesse sido próximo à atual vila de Dunnichen, em Angus. Pesquisas recentes, no entanto, sugerem que teria sido mais ao norte, próximo a Dunachton, nas margens do Lago Inch, em Badenoch and Strathspey.

A batalha terminou com a vitória dos pictos, que enfraqueceram consideravelmente as forças nortúmbrias no nordeste britânico. Egfrido foi morto na batalha, juntamente com grande parte de suas tropas. A vitória picta marcou a independência da Nortúmbria, que nunca mais teve o domínio na região norte.

Durante o século VII, os nortúmbrios gradualmente estenderam seu território para o norte. Os Anais de Tigernach registra o cerco de "Etain" em 638,[1] que tem sido interpretado como uma coquista da Nortúmbria sobre Din Eidyn (Edimburgo) durante o reinado de Osvaldo, marcando a anexação dos territórios de Gododdin até o sul do Rio Forth.[2]

Para o norte do rio Forth, a nação dos pictos consistia naquela época no Reino de Fortriu até o norte das colinas de Mounth e uma Área dos Pictos Sudeste, entre as colinas e o rio Forth.[3] Evidências do historiador anglo-saxão do século VIII, Beda, apontam os pictos como subjugados durante o reinado de Osvaldo[4] e continuado no reinado de seu sucessor Osvio.[5]

Egfrido sucedeu a Osvio como rei da Nortúmbria em 670. Logo depois, os pictos se rebelam contra o domínio nortúmbrio na Batalha dos Dois Rios, registrada no século VIII por Estêvão de Ripon, um hagiográfo do bispo Vilfrido (Wilfrid).[6] Egfrido foi ajudado por um nobre, Beornedo (Beornhæth), que era o líder dos pictos do sudeste,[7] e a rebelião acabou em desastre para os pictos de Fortriu. Seu rei Drest mac Dúngail foi deposto do poder e substituído por Bridei Mac Bili.[8]

Em 679, a hegemonia nortúmbria começou a decair. Registros dos anais irlandeses mostram que a Mércia obteve uma vitória obre Egfrido, onde o irmão de Egfrido, Elfuíno de Deira (Ælfwine), foi morto.[9] Cercos foram registrados em Dunnottar; na região nordeste da Área dos Pictos Sudeste perto de Stonehaven em 680 e em Dundurn no Strathearn em 682.[1][7] Os responsáveis pelos cercos não foram registrados, mas acredita-se que esse ato seja obra das tropas de Bridei III.[7]

Bridei também é descrito por ter "destruído" as Órcades em 681,[9] no mesmo período em que a igreja nortúmbria estava passando por uma grande reforma religiosa. Eles seguiram as tradições da igreja de São Columba da abadia de Iona até 664, quando prestaram juramento à Igreja Romana seguindo o Sínodo de Whitby durante a controvérsia sobre o cálculo da data da Páscoa. A diocese da Nortúmbria foi dividida e várias novas sedes episcopais foram criadas. Uma dessas foi criada em Abercorn, na costa sul do Firth of Forth, e Trumuíno (Trumwine) foi consagrado bispo dos pictos. Bridei, que era um entusiasmado com a igreja de Iona, percebeu que era uma certa invasão da Nortúmbria - patrocinada pela Igreja Romana.[10]

Os ataques à "Área dos Pictos do Sudeste" em Dunnotar e Dundurn representam a maior ameaça à suserania de Egfrido. Em junho de 684, contando com uma aliança galo-britânica, ele enviou suas tropas, lideradas por Bertredo, filho Beornedo, até Mag Breg, na Irlanda. As tropas de Egfrido reduziram a população e queimaram muitas igrejas, ações que foram condenadas por Beda.[11]

Referências

  1. a b The Annals of Tigernach
  2. Jackson, Kenneth (1959). "Edinburgh and the Anglian occupation of Lothian". in Clemoes, Peter. The Anglo-Saxons: some aspects of their history and culture presented to Bruce Dickins. London: Bowes and Bowes. pp. 35–42.
  3. Woolf, Alex (2006). "Dun Nechtain, Fortriu and the Geography of the Picts". The Scottish Historical Review 85: 182–201.
  4. Ecclesiastical History of England III
  5. Op cit.
  6. Colgrave, Bertram (1927). The Life of Bishop Wilfrid by Eddius Stephanus. Cambridge: Cambridge University Press.
  7. a b c Fraser, James E (2009). From Caledonia to Pictland: Scotland to 795. Edinburgh: Edinburgh University Press.
  8. Cummins, WA (2009). The Age of the Picts (2nd ed.). Brimscombe Port Stroud, Gloucester: The History Press.
  9. a b The Annals of Ulster
  10. Veitch, K (1997). "The Columban Church in northern Britain, 664-717: a reassessment". Proceedings of the Society of Antiquaries of Scotland 127: 627–647. [1]
  11. Ecclesiastical History of England IV