Década de Nanquim
中華民國 República da China | ||||
| ||||
Bandeira | ||||
Hino nacional Hino Nacional da República da China
| ||||
![]() | ||||
Continente | Ásia | |||
Capital | Nanjing | |||
Governo | República Semipresidencialista | |||
Presidente | ||||
• 1928 | Chiang Kai-Shek | |||
Legislatura | Assembléia Nacional (China) | |||
História | ||||
• Abril de 1927 | Fundação | |||
• Dezembro de 1937 | Dissolução |
Este artigo faz parte de uma série sobre |
Tridemismo |
---|
![]() |
Princípios |
Década de Nanquim (Chinês: 南京十年; pinyin: Nánjīng shí nián) ou Década Dourada (Chinês: 黃金十年; pinyin: Huángjīn shí nián) designa um período na História da República da China após a reunificação chinesa em 1928 - abolição dos senhores da guerra e a moção da capital da China de Pequim para Nanquim e que termina com o inicio da Segunda Guerra Sino-Japonesa.
Durante este período o Kuomintang reforçou seu controle sobre o frágil e autoritário governo chinês controlado desde 1915 por comandantes militares análogos a senhores feudais, chamados de senhores da guerra e teve de enfrentar o início da guerra civil contra os comunistas. A "década" começou em abril de 1927, quando Nanquim foi declarada a capital da República da China enquanto o Governo Beiyang, sob controle dos senhores da guerra, foi dissolvido oficialmente.
A Década de Nanquim é descrita como uma era de estabilidade na China não só desde a fundação em 1912 mas desde o inicio do século da humilhação, em um momento onde a economia era estável e forte e os partidos politicas, comunistas e nacionalistas, haviam se aliado, isto até as vésperas da Guerra Civil Chinesa e a Segunda Guerra Sino-Japonesa, que encerrou em Dezembro de 1937 a Década de Nanquim.
História[editar | editar código-fonte]
Em 1927 o Generalíssimo Chiang Kai-shek tomou a cidade de Nanquim, reeinvindicada como capital da China desde 1912 após a formação do Governo Provisório sob direção de Sun Yat-sen,[1] da Facção Zhili do senhor da guerra Sun Chuanfang através da Segunda Expedição do Norte. A Cidade foi reconquistada pelas forças nacionalistas recém criadas. A facção cedeu Wuhan e a expedição continuou até que o rival Governo de Beiyang em Pequim foi derrotado em 1928.
O local era de importância simbólica e estratégica. Foi ali que a república foi estabelecida e onde o governo provisório sob Sun Yat-sen se instalou, além disso era a antiga capital dos Ming, a ultima dinastia de etnia Han que governou a china. O corpo de Sun foi levado e colocado em um grande mausoléu para cimentar o nascente culto da personalidade de Chiang. Chiang nasceu na província vizinha e o general teve forte apoio popular na área.
A Década termina com a Segunda Guerra Sino-Japonesa, quando o governo chinês foi temporariamente transferido para Chongqing, a tomada de Nanquim pelos japoneses em dezembro de 1937 e o massacre de sua população, marca o fim simbólico.
Embora a década de Nanjing tenha sido muito mais estável do que a anterior, a Era dos senhores da guerra, ainda era cercada por violência devida as instabilidades causadas pelos senhores da guerra que ainda não se renderam além do ínicio da Guerra Civil Chinesa.[1]
Politica[editar | editar código-fonte]
Durante a Década de Nanjing, o Dang Guo foi colocado em vigor. Desde o inicio da Segunda Revolução, tanto na República da China, quanto no Governo Beiyang, os partidos políticos menores foram abolidos, com a República da China sendo controlada, até 1931, majoritariamente pela coligação entre o Partido Nacionalista Chinês, conhecido como Kuomintang, e o Partido Comunista Chinês.
Apesar da unidade politica da Década de Nanjing, o Kuomintang havia problemas internos entre facções de direita e esquerda desde a morte de Sun Yat-sen em 1925, como por exemplo, haviam aqueles que procuravam fortalecer o socialismo chinês ou não aprovavam o conservadorismo de Chiang Kai-Shek, enquanto a direita procurava eliminar o comunismo e era favoravel a politicas mais conservadoras.
Dentre os desfechos da instabilidade no partido, esta o inicio da Guerra Civil Chinesa, a Rebelião Fujian liderada por Li Jishen (futuro fundador do Kuomintang de Esquerda na China Continental) além do Governo Nacionalista de Wuhan promovido por Wang Jingwei.[2][3]
Partidos e Facções[editar | editar código-fonte]
Partido Nacionalista da China[editar | editar código-fonte]
![](http://178.128.105.246/host-http-upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Fundado e organizado por Sun Yat-sen, em 1919 durante a Segunda Revolução, o Partido Nacionalista Chinês (Kuomintang em Taiwan e Guomindang na China Continental; chinês tradicional: 中國國民黨; pinyin: Zhōngguó Guómíndǎng) foi a principal facção da China nesta época[4][5], liderando e encabeçando o governo, com muitos orgãos governamentais sendo criados com base nos interesses do partido.
O Kuomintang também havia colocado seu braço armado, o Exército Nacional Revolucionario como o exército regular da República da China, uma vez que este executou a reunificação chinesa de 1928. Também era através do ENR que o Kuomintang e o Partido comunista Chinês derrotavam e reprimiam os ultimos senhores da guerra que existiam fora do controle de Nanquim.[6]
Partido Comunista da China[editar | editar código-fonte]
![](http://178.128.105.246/host-http-upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Fundado em 1921, inicialmente com base nos princípios tridemistas e na revolução republicana emcabeçada por Sun Yat-sen, o Partido Comunista da China (PCCh ou PCC; chinês tradicional: 中國共產黨, pinyin: Zhōngguó Gòngchǎndǎng) foi a segunda maior facção de toda a China e principal aliado das forças nacionalistas durante o ínicio da Década de Nanquim, que inicialmente, planejavam com auxilio soviético, dominar o Kuomintang.[7]
Anteriormente, o Governo de Chiang Kai-Shek mantinha boas relações com o PCCh, uma vez que Kai-shek ainda não era anticomunista[8], mas com o ínicio da Guerra Civil Chinesa e a extrema-direita assumindo posições importante dentro do Kuomintang, vários expurgos começaram a acontecer contra as forças comunistas, obrigando-os a criarem seu própio braço armado, o Exército Vermelho, e se auto-denominarem como os sucessores da revolução chinesa.[9][10][11]
Ala Esquerda dos Nacionalistas[editar | editar código-fonte]
Membros fundamentais do Kuomintang como Wang Jingwei, Li Jishen, Lin Sen e até a esposa de Sun Yat-sen, a Soong Ching-ling, procuraram se distanciarem da extrema-direita que se desenvolveu no Kuomintang. em casos mais radicais, como o de Wang Jingwei, governos e partidos paralelos foram formados antes e depois da Década de Nanquim, apoiados pelas forças comunistas.[12]
Governo[editar | editar código-fonte]
O Governo era controlado de fato pelo Kuomintang e pelo Partido Comunista (este deixou de ter controle ou influencia no governo com o inicio da Guerra Civil Chinesa), com ambos os partidos promovendo congressos e reformas politicas pendentes desde a fundação da república em 1912.
Chiang Kai-Shek colocou em vigor a ultima Constituição da República da China escrita por Sun Yat-sen em vida, no entanto, nenhuma das reformas ou leis promovidas pelo governo chegaram a ser implementadas a tempo, uma vez que com a Guerra Civil e a Guerra Sino-Japonesa, o estado deve de adiar novamente eleições e assembléias.
Presidência[editar | editar código-fonte]
Ao todo, três presidentes comandaram a República da China entre 1928 a 1937, mesmo que, de fato, o Secretário-Geral do Kuomintang fosse Chiang Kai-Shek.
-
Tan Yankai (1928)
-
Chiang Kai-Shek (1928 - 1931)
-
Lin Sen (1931 - 1943)
O Primeiro presidente da República da China após a queda do Governo Beiyang foi Tan Yankai, que, apontado pela 4ª Sessão do 2º Congresso Nacional do Kuomintang, ficou ficou entre 7 de Fevereiro a 10 de Outubro de 1928 no poder provisóriamente.
Chiang Kai-Shek assumiu a presidência logo em seguida em 10 de Outubro de 1928 após o encerramento da 5ª Sessão do 2º Congresso Nacional do Kuomintang. Kai-Shek saiu da presidência em 1931 e deixou Lin Sen como Presidente até 1943, ano de sua morte, quando retornaria.
Economia[editar | editar código-fonte]
Após os eventos de 4 de Maio, a população chinesa passou a se recusar a comprar e consumir produtos que não fossem chineses, o que causou uma queda drástica nas importações estrangeiras e passou a incentivar a industria nacional da China.
A Economia chinesa da década de Nanjing teve um crescimento econômico enorme comparado tanto a Revolução Xinhai, quanto a Era dos senhores da guerra e os primeiros anos da Era Mao, todavia, a partir de 1931 com a ruptura com o Partido comunista Chinês e a Invasão Japonesa da Manchúria, a economia parou de crescer e passou a cair.[13]
Territórios Administrados pelo Partido Comunista[editar | editar código-fonte]
![](http://178.128.105.246/host-http-upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
Nos territórios administrados pelo Partido Comunista Chinês, durante ou após a sua aliança com o Kuomintang, o Partido procurou estabelecer uma economia forte e desenvolvida, fundando seu própio banco, emitindo notas, redistribuindo terras além de atividades econômicas como a venda de Ópio em territórios inimigos e investimentos ou doações.[14]
Ver Também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b Hammond, Kenneth James; Becker, Brian; Puryear, Eugene (2023). China's revolution and the quest for a socialist future. New York: 1804 Books
- ↑ Xu, Aymeric (janeiro de 2020). «Mapping Conservatism of the Republican Era: Genesis and Typologies». Journal of Chinese History 中國歷史學刊 (em inglês) (1): 135–159. ISSN 2059-1632. doi:10.1017/jch.2019.35. Consultado em 14 de maio de 2024
- ↑ Tsui, Brian (19 de abril de 2018). China's Conservative Revolution: The Quest for a New Order, 1927–1949 (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press
- ↑ Schoppa, R. Keith (fevereiro de 2010). «The Generalissimo: Chiang Kai-shek and the Struggle for Modern China. By Jay Taylor. Cambridge, Mass.: Belknap Press of Harvard University Press, 2009. xii, 722 pp. $35.00 (cloth).». The Journal of Asian Studies (1): 239–240. ISSN 0021-9118. doi:10.1017/s0021911809992087. Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ Worthing, Peter (5 de março de 2016). General He Yingqin. [S.l.]: Cambridge University Press
- ↑ Van de Ven, Hans J. (2003). War and nationalism in China, 1925-1945. Col: RoutledgeCurzon studies in the modern history of Asia. London: RoutledgeCurzon
- ↑ LEUNG, Hiu Kwong. «中國銀行在中國經濟及金融改革下的發展». Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ Zhang, Chuntian. «革命與抒情 : 南社的文化政治與中國現代性 (1903-1923)». Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ «上海市市区图 = Map of Shanghai proper». Rare & Special e-Zone. Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ 李, 敏鎬 (31 de dezembro de 1994). «張海瀛 著, 『張居正改革與山西萬曆淸丈硏究』 山西人民出版社, 1993, pp.995». Journal of Ming-Qing Historical Studies: 113–118. ISSN 1598-2017. doi:10.31329/jmhs.1994.12.3.113. Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ «中共中央关于出版《毛泽东选集》和筹备出版《毛泽东全集》的决定». Chinese Science Bulletin (Z1): 433–433. 1 de julho de 1976. ISSN 0023-074X. doi:10.1360/csb1976-21-z1-433. Consultado em 6 de julho de 2024
- ↑ Carter, Peter (1976). Mao. London: Oxford University Press
- ↑ sun jian (2000). zhong guo jing ji tong shi. bei jing: [s.n.]
- ↑ Opper, Marc (2020). People's wars in China, Malaya, and Vietnam. Ann Arbor: University of Michigan Press