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Guilda de São Lucas

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Judith Leyster, a primeira mulher a participar da Guilda, em 1633

A Guilda de São Lucas foi a mais famosa guilda de pintores e outros artistas no início da Europa moderna, especialmente nos Países Baixos. O nome é uma homenagem a um dos Evangelistas, São Lucas, o santo padroeiro dos artistas, que supostamente pintou a Virgem, de acordo com João Damasceno.

A Guilda de São Lucas não só representava pintores, escultores e outros artistas visuais, mas também (especialmente no século XVII), comerciantes, amadores e amantes da arte. Quando ela foi formada, distinções foram criadas para a distinguir de outras guildas, que até então eram formadas não apenas de artistas, mas também de tecelões, decoradores e até mesmo pintores de casas. Embora não tenha se tornado um grande centro de arte até o século XVI, Antuérpia foi a primeira cidade a ter uma Guilda de São Lucas, em 1382. Em Bruges, o primeiro registro é de 1453. Em Florença, na Itália, não havia uma Guila de São Lucas per se. Contudo, em Roma, a Accademia di San Luca, fundada por Federico Zuccaro refletia de forma mais moderna a noção de academia e não mais a típica estrutura medieval de guildas. A mudança na representação profissional aconteceu em uma época em que a arte visual se tornava uma arte menos mecânica e utilitária. As novas academias começaram a oferecer ensino de desenho e teoria artística.[1]

A elevação do status dos artistas no final do século XVI, que ocorreu na Itália, ecoou nos Países Baixos. Eles começaram a participar mais em sociedades literárias e humanistas. A Guilda de São Lucas em Antuérpia foi importante nesse processo, quando se associou a Violieren (grupo literário e de teatro). Nessa época, faziam parte da guilda Pieter Bruegel, Frans Floris, Cornelis Floris e Hieronymus Cock. Os dois grupos se uniram na fundação da Academia de Antuérpia, em 1663.[2]

As regras da Guilda variavam. Havia uma época inicial de aprendizado e depois o artista podia assinar os quadros e trabalhar para qualquer membro da guilda. Depois, o artista podia vender seus próprios quadros e formar seu próprio ateliê. Antuérpia era uma das poucas cidades onde mulheres, como Caterina van Hemessen faziam parte. Judeus não podiam fazer parte da guilda.[3]

No século XVII, as guildas começaram a desaparecer. Havia uma tensão entre os membros das guildas e outros artistas vindos de outros países para trabalhar nas cortes. O monopólio das guildas foi eventualmente removido.

Referências

  1. «Guild of Saint Luke In Northern Renaissance Painting». History of Painters (em inglês). Consultado em 9 de agosto de 2019 
  2. Schneider, Norbert; Vermeer, Johannes (2000). Vermeer, 1632-1675: Veiled Emotions (em inglês). [S.l.]: Taschen, p. 92. ISBN 9783822863237 
  3. Gaze, Delia; Mihajlovic, Maja; Shrimpton, Leanda (1997). Dictionary of Women Artists:. Introductory surveys ; Artists, A-I (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis, p. 32. ISBN 9781884964213