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Humaide ibne Maiufe Alhajuri

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Humaide ibne Maiufe Alhajuri
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Progenitores Mãe: ?
Pai: Maiufe Alhajuri
Ocupação General e governador
Religião Islamismo

Humaide ibne Maiufe Alhajuri (Ḥumayd ibn Ma'yūf al-Ḥajūrī - lit. "Humaide, filho de Maiufe Alhajuri") foi um comandante árabe em serviço do Califado Abássida no começo do século IX.

Dirrã de Harune Arraxide (r. 786–809)
Dirrã de Almotácime (r. 833–842)

Humaide originou-se numa família nobre árabe (axerafe) assentada na planície de Guta em torno de Damasco. Começando com seu bisavô, Maiufe ibne Iáia Alhujari, sua família lealmente serviu o Califado Abássida e ascendeu à proeminência na Síria.[1] Em 806, segundo Atabari o califa Harune Arraxide encarregou Humaide com "as costas do Levante do Mediterrâneo Oriental tão longe quanto o Egito".Humaide foi enviado num raide no Chipre, enquanto o califa liderou uma grande invasão ao Império Bizantino na Ásia Menor. Ele devastou a ilha, carregando consigo muito saque e 16 000 habitantes, incluindo o bispo local, que seriam vendidos como escravos nos mercados de Rafica, sob supervisão do alcaide Abu Bactari Uabe ibne Uabe.[2][3]

No ano seguinte, ele velejou em outra expedição contra o Império Bizantino, dessa ver mirando Rodes. A ilha foi saqueada, mas a cidade de Rodes resistiu as suas tentativas de captura. Em sua viagem de retorno, aportou em Mira, onde tentou destruir a tumba de São Nicolau. Uma tempestade afundaria alguns de seus navios e forçou-o a retirar-se, tendo os locais atribuído o evento à intervenção do santo.[4][5]

As vezes considera-se que antes de atacar Rodes, Humaide liderou sua frota para o Peloponeso, onde auxiliou ou mesmo fomentou uma revolta dos eslavos locais, liderando um cerco mal-sucedido ao porto de Patras.[2] É igualmente possível, por sua vez, que os relatos da participação árabe nestes eventos são resultado duma interpolação posterior, misturando a revolta eslava real com raides árabes subsequentes.[6]

No final da década de 810 ou de 820, após o breve mandato de seu pai, Humaide governou Damasco como representando dum governador ausente do Junde de Damasco; Paul M. Cobb deduz que o último era Nácer ibne Camza, significando que o mandato de Humaide pode ter durado até a nomeação de Abu Ixaque, o futuro Almotácime, como governador da Síria em 828.[7]

Referências

  1. Cobb 2001, p. 77–78, 96.
  2. a b Bosworth 1989, p. 262.
  3. Treadgold 1988, p. 144–145.
  4. Treadgold 1988, p. 148.
  5. Lilie 2013, Ḥumaid ibn Ma'yūf (#2597).
  6. Curta 2006, p. 111 (nota 1).
  7. Cobb 2001, p. 96, 138, 185 (nota 104).
  • Bosworth, C. E. (1989). The History of al-Ṭabarī, Volume XXX: The ʿAbbāsid Caliphate in Equilibrium. The Caliphates of Musa al-Hadi and Harun al-Rashid, A.D. 785–809/A.H. 169–193. Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-88706-564-3 
  • Cobb, Paul M. (2001). White banners: contention in ‘Abbāsid Syria, 750–880. Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-7914-4880-0 
  • Curta, Florin (2006). Southeastern Europe in the Middle Ages, 500-1250. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0521815398 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Treadgold, Warren T. (1988). The Byzantine Revival, 780–842. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-1896-2