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Thurniaceae

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaThurniaceae

Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Chlorobionta
Superdivisão: Spermatophyta
Divisão: Chlorophyta
Classe: Embryopsida
Subclasse: Magnoliidae
Ordem: Poales
Família: Thurniaceae
Engl. (1907)
Géneros
Ver texto.

Thurniaceae é uma pequena família de Angiospermas, com plantas de folhas espiraladas, pertencentes à ordem Poales. Essas plantas contam com apenas 2 gêneros e 4 espécies.

Por causa da sua baixa diversidade de espécies, habitats extremamente específicos e suas estreitas relações filogenéticas, pouquíssimo se sabe sobre essa família.

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Diversidade taxonômica

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Thurniaceae possui apenas dois gêneros, Thurnia – com três espécies distribuídas no nordeste da América do Sul –  e Prionium – com uma espécie na África do Sul.

Imagem: Espécime de Thurnia sphaerocephala depositado no herbário do Instituto Smithsonian.

São ervas robustas, perenes, rizomatosas, aquáticas e emergentes, com folhas simples, basais, trísticas, coriaceas, seção transversal em “v”, margens escabrosas ou não. Inflorescência racemosa, globosa ou elipsóide, densa, subentendida por uma a várias brácteas involucrais frondosas, margens escabrosas ou não. Com flores actinomorfas, curto-pediceladas, tépalas 6 (persistentes), estames 6 (excedendo as tépalas), filetes ligeiramente adnatos às tépalas, anteras basifixas. O ovário é súpero, afunilado distalmente, tricarpelar, trilocular, estilete único, estigmas 3, placentação axilar. E seu fruto com cápsula loculicida, 3 sementes fusiformes cobertas por tricomas densos[1].

As espécies de Thurniaceae, possuem hábito rizomatoso robusto, com folhas espiraladas, formando grandes rosetas. Thurnia possui inflorescências caracterizadas  por flores branco-esverdeadas pequenas, actinomorfas, e monoclinas. Suas tépalas são livres, com filetes alongados e  dois verticilos de estames férteis. Ainda, seu gineceu é tricarpelar, trilocular (com um óvulo por lóculo) e o ovário é súpero (com estilete alongado e três estigmas)[2]

Thurniaceae pode ser reconhecida, principalmente, por seus caules de aparência folhosa e eretos, limbos folhares serrados e flores, no geral, pequenas, pentacíclicas e com perianto com uma aparência única, globular e  muitas vezes descrito como aterrorizante. [3]

A morfologia dos frutos pode ser descrita como: pistilo(s) composto (com carpelos unidos); fruto com pericarpo simples; sendo cápsula ou baga. A cápsula é loculal, não inflada e sem opérculo, sem coluna central persistente e sem órgãos acessórios. Dentro do hipanto (com tubos do cálice frescos que irão cair e deixar o fruto exposto), sempre haverá mais do que 1 e menos do que 10 sementes; tricarpelar, sem carpelos estéreis; carpelos não são sulcados; deiscentes. As sementes perdidas não são repostas posteriormente.[4]

O epicarpo é duradouro, desprovido de pelos ou cílios, sem recobrimento, sem poro respiratório apical. O mesocarpo é ausente. O endocarpo é presente ou ausente, e não se separa do exocarpo. Além disso, é  fino, liso, não sendo alado ou estriado; não possui opérculo, cavidades secretoras ou mecanismos específicos para o escape da semente. O funículo é curto e não persiste no fruto após a queda das sementes[4].

Semente e embrião

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Semente fusiforme, com arilo ausente; sem estruturas aladas em suas pontas. Possui apêndice(s) caudal(is), sendo ramificações hispídicas subulares em cada ponta. Na maturidade, possui reservas alimentares com endosperma e sem sarcotesta. Testa presente, sem tecido periférico marcado de forma diferenciada, sem camada de tecido carnudo ou parecido com couro acima da camada dura. A superfície das suas sementes são ásperas; sem separação entre cotilédone e o eixo hipocótilo-radicular. Além disso, não possui glândulas e cerdas, opérculo ou pubescência glandular. Mas com pêlos curtos, tetos e numerosos sobre a superfície. É colorida e monocromática. Possui endosperma abundante, farinhento, liso, com  amido, sem lóbulos apicais e sem odor[4].

O embrião é diferenciado da reserva alimentar, bem desenvolvido, único por semente, parcialmente preenchendo a testa (a qual possui reserva alimentar). Em um extremo da semente não é estendido em uma depressão, axilar e cêntrico, linear, reto, paralelo com o comprimento da semente, embebido no endosperma, com cotilédone conectado ao eixo hipocótilo-radicular, sem coleóptilo, sem coleorriza, sem estômatos e sem coloração verde. O cotilédone é único, e não é modificado em forma suculenta e não é enrolado de forma circiniforme[4].

Relações Filogenéticas

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Juncaceae, Thurniaceae e Cyperaceae formam o clado cyperídeo dentro da ordem Poales. Nas análises filogenéticas, Thurniaceae emerge como grupo-irmão do clado formado por Juncaceae e Cyperaceae.[2]

O clado cyperídeo foi o segundo clado a se divergir dentro de Poales. O clado cyperídeo, com análises moleculares e morfológicas, é considerado um dos clados mais consistentes, bem estruturados e estáveis dentro de Poales. [2]

Em Thurniaceae, existem dois gêneros principais: Thurnia e Prionium. O gênero Prionium possui apenas uma espécie,  P. serratum e, endêmica da África do Sul, enquanto o gênero Thurnia possui 3 espécies que se encontram em alguns países do nordeste da América do Sul, entre eles, Brasil.[2]

Prionium era incluído em Juncaceae, e após algumas análises, foi criada uma família apenas para ele, chamada de Prioniaceae. No entanto, atualmente, por causa do avanço dos estudos moleculares e morfológicos, foi vista a relação entre Prionium e Thurnia como grupos irmãos, a partir das análises filogenéticas e, por isto, este se encontra dentro de Thurniaceae.[2]

As Thurniaceae são do clado “Cyperídeas”, juntamente com outras duas famílias, sendo elas Juncaceae e Cyperaceae. Além disso, de acordo com o sistema APG IV, de Chase & Reveal, elas estão atribuídas à ordem Poales de monocotiledôneas.[2]

As relações filogenéticas podem ser observadas no seguinte cladograma:

Poaceae

Ecdeiocoleaceae

Joinvilleaceae

Flagellariaceae

Restionaceae

Centrolepidaceae

Anarthriaceae

Xyridaceae

Eriocaulaceae

Mayacaceae

Cyperaceae

Juncaceae

Thurniaceae

Rapateaceae

Typhaceae

Bromeliaceae

Lista de espécies brasileiras

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Por ser um grupo extremamente pequeno, Thurniaceae possui apenas um gênero ocorrendo no Brasil, Thurnia, da qual apenas as espécies Thurnia polycephala e Thurnia sphaerocephala são encontradas. Essas espécies são nativas do Brasil, no entanto, não são endêmicas[1].

Domínio e estados de ocorrência no Brasil

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Ocorrem nos Estados de Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia, com possíveis ocorrências, porém ainda não confirmadas, em Roraima. Desta forma, ocorrem principalmente no domínio fitogeográfico amazônico, principalmente na Floresta de Igapó, Floresta de Várzea e como vegetação aquática[1].

A espécie Thurnia sphaerocephala, especialmente, ocorre em áreas alagadas e igarapés da região amazônica, onde os indivíduos são extremamente adaptados para solos arenosos e, normalmente, sem muitos nutrientes disponíveis, crescendo próximos à fluxos de água[2]

Referências

  1. a b c «Detalha Taxon Publico». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 3 de maio de 2022 
  2. a b c d e f g Oriani, Aline [UNESP], Universidade Estadual Paulista (Unesp). «Anatomia e desenvolvimento floral e pós-seminal em espécies de cyperídeas (Poales)». 13 de janeiro de 2022. Consultado em 3 de maio de 2022 
  3. «Angiosperm Phylogeny Website». www.mobot.org. Consultado em 3 de maio de 2022 
  4. a b c d «Family guide for fruits and seeds - contents». www.delta-intkey.com. Consultado em 3 de maio de 2022 

Ligações externas

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